I
Enquanto o
sacerdote ora aos pés do Altar e se humilha pelos seus pecados,
deveis confessar vossas culpas e adorar a Deus em toda humildade, a
fim de vos preparar para assistir dignamente ao Santo Sacrifício.
Durante o
Intróito
lembrai-vos
dos santos desejos dos Patriarcas e Profetas, que ansiavam pela vinda
do Messias, unindo-vos a eles para pedir a Jesus Cristo que venha a
vós e em vós reine.
No Glória
uni-vos
em espírito aos Anjos para louvar a Deus e agradecer-lhe o mistério
da Encarnação.
Nas Orações, uni vossas intenções e vossos pedidos aos da Santa Igreja. Adorai o Deus infinitamente bondoso, de quem procede todo dom.
Prestai à
Epistola
a
mesma atenção que prestaríeis se vos falassem os Profetas ou
Apóstolos, e adorai a Santidade de Deus.
No Evangelho
ouvi a
Jesus Cristo em Pessoa falando-vos e adorai a Verdade de Deus.
Recitai o Credo com vivos sentimentos de Fé, Fé essa que renovareis em união com a da Igreja, protestando, ao mesmo tempo, que defendereis, se preciso for, com vosso próprio sangue todas as verdades contidas no Símbolo.
II
Na segunda parte da Missa, unindo vossas intenções às do sacerdote, oferecei-a pelos quatro fins do Santo Sacrifício:
1.°)
Como homenagem de suma adoração.
Oferecei ao Padre Eterno as adorações do seu Filho Encarnado,
unidas às vossas próprias adorações e às de toda a Igreja.
Oferecei-vos também a vós mesmo com Jesus Cristo, para amá-lo e
servi-lo.
2.°)
Como homenagem de ação
de graças.
Oferecei o Santo Sacrifício ao Pai, a fim de lhe agradecer os
méritos, as graças e a glória de Jesus Cristo; os méritos e a
glória de Maria Santíssima, e de todos os Santos; todos os
benefícios pessoais recebidos, e a receber, pelos méritos de seu
Filho.
3.°)
Como hóstia
satisfatória.
Oferecei-o para satisfazer todos os vossos pecados, e expiar todos os
crimes que se cometem no mundo. Lembrai ao Padre Eterno que Ele nada
nos pode recusar, já que nos deu seu Filho, que ali está em sua
Presença, num estado de Sacrifício e de Vítima — Vítima que é
dos nossos pecados e dos pecados de todos os homens.
4.°)
Como sacrifício
impetratório,
ou hóstia de oração. Oferecei ao Pai, como o penhor que nos deu do
Amor Divino, para que, confiantes, possamos dele esperar, em
abundância, os bens espirituais e temporais. Exponde-lhe quais
vossas necessidades e pedi-lhe instantemente a graça de vos corrigir
do vosso defeito dominante.
No Lavabo, purificai-vos pela contrição a fim de vos tornardes uma verdadeira hóstia de louvor, agradável a Deus, o que lhe atrairá um olhar de complacência.
No Prefácio,
uni-vos ao concerto da Corte Celeste, para louvar, bendizer e
glorificar o Deus três vezes Santo por todos os seus dons de graça
e de glória, e sobretudo por nos ter remido na Pessoa de Jesus
Cristo.
No Cânon, associai-vos à piedade e ao amor dos Santos da Nova Lei, para, com eles, celebrar dignamente a nova encarnação e a nova imolação que se vão operar pela palavra do sacerdote. Pedi ao Pai Celeste que, nesse Sacrifício, abençoe a todos os outros sacrifícios que lhe ofertareis, quer de virtude, quer de santidade.
Enquanto o sacerdote, cercado por uma falange de Anjos, se inclina profundamente cheio de respeito ante a Ação Divina que lhe cabe realizar; enquanto fala e opera divinamente na Pessoa de Jesus Cristo, consagra o pão e o vinho no Corpo, no Sangue, na Alma e na Divindade do Homem-Deus, renovando o mistério da Ceia, admirai esse Poder inaudito, transmitido aos sacerdotes em vosso favor.
Depois, ao
baixar Jesus sobre o Altar à palavra do seu ministro, adorai a
Hóstia Santa, o cálice do Sangue de Jesus Cristo, clamando
misericórdia por vós e recebei, qual outra Madalena, ao pé da
Cruz, o Sangue que brota das Chagas de Jesus.
Oferecei essa
Vitima divina à Justiça de Deus, por vós e por todos os homens,
oferecei-a à sua Misericórdia infinita e divina, para que seu
Coração, à vista das vossas próprias misérias, se enterneça e
vos abra a fonte de sua Bondade sem fim.
Oferecei ainda essa mesma Vítima à Bondade de Deus para que Ele aplique seus frutos de luz e de paz às almas padecentes do Purgatório, até que esse Sangue lhes apague as chamas e, purificando-as inteiramente, as torne dignas do Paraíso.
Recitai o
Pater,
com Jesus Cristo em Cruz, perdoando aos seus inimigos, e perdoai, por
vossa vez, do fundo do coração e com toda sinceridade, àqueles que
vos ofenderam.
No
Libera
nos,
pedi a Deus que, por Maria e todos os Santos, vos livre dos pecados e
dos males passados, presentes e futuros, bem como de toda ocasião de
pecado.
No Agnus
Dei,
lembrai-vos dos carrascos convertidos no Calvário e, como eles,
batei no peito. Depois recolhei-vos por meio dum ato de fé,
humildade e de confiança, de amor e de desejo, e ide receber a Jesus
Cristo.
III
Se não
comungardes de fato, comungai espiritualmente, do seguinte modo:
Desejai
ardentemente unir-vos a Jesus Cristo, confessando quão necessário é
para vós viver de sua Vida.
Recitai
um ato de contrição perfeita, por todos os vossos pecados, passados
e presentes, baseada na Bondade e Santidade de Deus.
Levai,
em espírito, a Jesus Cristo ao fundo de vossa alma, pedindo-lhe para
fazer-vos viver unicamente para Ele, já que não podeis viver senão
por Ele. Imitai a Zaqueu tomando boas resoluções, e agradecei a
Nosso Senhor terdes podido assistir à Santa Missa e fazer a Comunhão
espiritual.
Oferecei-lhe,
em ação de graças, uma homenagem particular, um sacrifício, um
ato de virtude, e pedi a Nosso Senhor que vos abençoe a vós e a
todos os vossos parentes e amigos.
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