O que os Santos Doutores ensinam sobre as tentações?

 

sasSão Leão Magno, papa e doutor da Igreja (400-460) nos explica bem como são as tentações e seus vários tipos:
“O antigo inimigo, disfarçando-se em anjo de luz (2 Cor 11,14) não cessa de armar por toda parte as ciladas da mentira e de procurar de todo modo corromper a fé dos crentes. Sabe a quem incutir o ardor da cobiça, a quem oferecer os atrativos da gula, a quem inflamar com a luxúria, em quem infiltrar o veneno da inveja. Sabe a quem perturbar com a tristeza, a quem iludir com a alegria, a quem oprimir com o temor, a quem seduzir pela vaidade. Observa os costumes de todos, investiga as preocupações, perscruta os sentimentos; e procura meios de fazer mal onde vê alguém ocupar-se em algo com interesse. Entre os que acorrentou a si, dispõe de muitos peritos em suas artes, e serve-se de sua habilidade e sua língua para enganar os outros”.
Santo Agostinho mergulhou fundo no mistério das tentações. Ele ensina:
“Nossa vida é uma peregrinação. E, como tal, está cheia de tentações. Porém, nossa maturidade se forja nas tentações. Ninguém conhece a si mesmo se não é tentado; nem pode ser coroado, se não vence; nem vencer, se não luta; nem lutar, se lhe faltam inimigos”.
“Toda tentação é uma forma de inquisição. Por meio dela o homem se conhece a si mesmo”.
“O demônio não influência nem seduz ninguém se não encontra terreno propício. Quando o homem ambiciona uma coisa; sua concupiscência legítima as sugestões do demônio. Quando um homem teme algo, o medo abre uma brecha em sua alma pela qual se infiltram suas insinuações. Por essas duas portas, a concupiscência e o medo, o demônio se apodera do homem”.
“Fecha a porta para que não entre o tentador. Ele não deixa de chamar, mas se vê que a porta está fechada vai em frente. Só entra quando te esqueces de fechá-la ou não a fechas com segurança”.
“Adão caiu, porque não se recomendou a Deus na hora da tentação”.
Leia também: Qual é a opinião do Papa Francisco sobre os ataques do demônio?
Força na tentação
Por que somos tentados?
“Se rejeitas a tentação, rejeitas também o crescimento. Coloca-te, pois, nas mãos do Artífice, sem restrições. Ele te corrige, te lustra, te limpa. Para isso serve-se de vários instrumentos: são os escândalos e tentações do mundo. Não fujas das mãos do Artífice e não temas: Deus permite as tentações, não para te arruinar, mas para fazer-te mais forte”.
“O mundo combate contra os soldados de Cristo com duas armas e táticas diferentes. Uma arma é a sedução; sua tática, criar angústia. A outra é o medo; sua tática, semear desânimo”.
“Imita a formiga. Sê formiga de Deus. Escuta a Palavra de Deus e guarda-a em teu coração. Abastece tua dispensa interior durante os dias felizes do verão e assim poderás encarar os dias difíceis da tentação durante os invernos de tua alma”.
“Procurai preencher com deleites espirituais o vazio dos desejos da carne: leituras, orações, salmos, bons pensamentos, prática freqüente de boas obras, esperança no mundo futuro e um coração inflamado no amor de Deus”.
Santo Afonso ensinou:
“Não devemos recear de estar sem a graça de Deus pelo fato de sermos tentados; pelo contrário, então devemos esperar ser mais amados por Deus. Não são os maus pensamentos que fazem perder a Deus, mas sim os maus consentimentos. O meio mais necessário e mais seguro para vencer as tentações é recorrer logo a Deus com humildade e confiança (Sl 69,2). A experiência mostra de sobra que quem recorre a Deus nas tentações, não cai; quem não recorre, cai; especialmente nas tentações impuras (Sb 8,21).
“Se a tentação é tão forte que nos vemos em grande perigo de consentir, é preciso redobrar o fervor na oração, recorrer ao Santíssimo Sacramento, ajoelhar-se diante de um crucifixo ou de Nossa Senhora e rezar com ardor, gemer e chorar pedindo ajuda”.naescoladossantos
“Ninguém pode resistir às tentações impuras da carne, se não se recomenda a Deus no momento da tentação. A castidade é uma virtude que não podemos praticar, se Deus no-la não concede. Deus, porém, só a concede aos que a pedem”.
São Francisco de Sales aconselhava:
“Não vos aflijais com as tentações de blasfêmias. Deixai que o demônio as maquine à vontade, mas conservai bem fechadas as portas da alma, pois que lhe virá o cansaço ou será ele afinal, obrigado por Deus a levantar o cerco”.
São Bernardo disse que:
“Quantas vezes vencemos as tentações, tantas vezes somos coroados”.
Prof. Felipe Aquino
fonte:www.cleofas.com.br

O MISTÉRIO EUCARÍSTICO REALIZA-SE NO SACRIFÍCIO DA SANTA MISSA


26. Para comum edificação e conforto, apraz-nos, Veneráveis Irmãos, recordar a doutrina que a Igreja Católica recebeu da tradição e ensina com consenso unânime.
27. Convém recordar primeiramente aquilo que é, por assim dizer, a síntese e o ponto mais sublime desta doutrina: que no Mistério Eucarístico é representado de modo admirável o Sacrifício da Cruz, consumado uma vez para sempre no Calvário; e que nele se relembra perenemente a sua eficácia salutar na remissão dos pecados que todos os dias cometemos.[12]
28. Nosso Senhor Jesus Cristo, ao instituir o Mistério Eucarístico, sancionou com o seu sangue o Novo Testamento de que é Mediador, do mesmo modo que Moisés sancionara o Velho com o sangue dos vitelos. [13] Segundo contam os Evangelistas, na última Ceia, "tomou um pão, deu graças, partiu e distribui-o a eles, dizendo, 'isto é o meu corpo que é dado por vós. Fazei isto em minha memória'. E, depois de comer, fez o mesmo com o cálice, dizendo: 'Este cálice é a Nova Aliança em meu sangue, que é derramado em favor de vós"'[14]. E mandando aos Apóstolos que fizessem isto em sua memória, mostrou a vontade de que este Mistério se renovasse. Na realidade, foi o que a Igreja primitiva realizou fielmente, perseverando na doutrina dos Apóstolos e reunindo-se para celebrar o Sacrifício Eucarístico. Como testemunha São Lucas, "eles mostravam-se assíduos ao ensinamento dos apóstolos, à comunhão fraterna, à fração do pão e às orações".[15] E assim, chegavam a tal fervor, que deles se podia dizer: "A multidão dos que haviam crido era um só o coração e uma só a alma".[16]
29. O Apóstolo São Paulo, que com toda a fidelidade nos transmitiu aquilo que recebera do Senhor, [17] fala claramente do sacrifício eucarístico, ao mostrar que os cristãos não podem tomar parte nos sacrifícios dos pagãos, exatamente porque já participavam da mesa do Senhor. Assim se exprime: "O cálice de bênção que abençoamos não é comunhão com o Sangue de Cristo? O pão que partimos não é comunhão com o Corpo de Cristo?... Não podeis beber o cálice do Senhor e o cálice dos demônios. Não podeis participar da mesa do Senhor e da mesa dos demônios. [18] Esta nova oblação do Novo Testamento, que Malaquias profetizara, [19] sempre a ofereceu a Igreja, ensinada pelo Senhor e pelos Apóstolos, "não só pelos pecados, penas, expiações e outras necessidades dos fiéis vivos, mas também em sufrágio dos defuntos em Cristo, ainda não de todo purificados".[20]
30. Passando em silêncio outros testemunhos, queremos recordar apenas o de São Cirilo de Jerusalém. Instruindo os neófitos na fé cristã, pronunciou estas palavras memoráveis: "Depois de terminado o sacrifício espiritual, rito incruento, pedimos a Deus, sobre esta hóstia de propiciação, pela paz universal da Igreja, pela justa ordem do mundo, pelos imperadores, pelos nossos soldados e pelos aliados, pelos doentes, pelos aflitos, e todos nós rogamos por todos, em geral, quantos precisam de ajuda; oferecemos esta vítima... e depois recomendamos também os santos padres e bispos, e em conjunto todos os nossos defuntos, convencidos como estamos que esta será a maior ajuda para as almas, por quem se oferece a oração, enquanto está presente a Vítima santa que infunde o maior respeito". Confirmando o fato com o exemplo da coroa, que se tece ao imperador, para que ele conceda perdão aos exilados, o mesmo santo Doutor conclui: "Do mesmo modo também nós, oferecendo orações a Deus pelos defuntos, mesmo pecadores, não lhe tecemos uma coroa, mas oferecemos-lhe Cristo imolado pelos nossos pecados, procurando conciliar a clemência de Deus em nosso favor e em favor deles".[21] Este costume, de oferecer "o sacrifício do nosso preço" também pelos defuntos, vigorava na Igreja Romana, como testemunha Santo Agostinho, [22] que declara ser, além disso, observado por toda a Igreja, como herança recebida dos Padres.[23]
31. Mas há outra coisa, que nos apraz acrescentar, por ser muito útil para aclarar o Mistério da Igreja: desempenhando esta, em união com Cristo, as funções de sacerdote e de vítima, é ela toda que oferece o Sacrifício da Missa, como também ela toda é oferecida no mesmo. Admirável doutrina, já ensinada pelos Padres, [24] exposta recentemente pelo nosso predecessor Pio XII de feliz memória, [25] que foi expressa ultimamente pelo Concílio Ecumênico Vaticano II na Constituição De Ecclesia, ao tratar do povo de Deus. [26] Muito desejamos que seja cada vez mais explicada e mais profundamente inculcada no ânimo dos féis, salva contudo a justa distinção, não só de grau, mas também de essência, entre o sacerdócio dos féis e o sacerdócio hierárquico.[27] Muito ajudou esta doutrina a alimentar a piedade eucarística e a tornar conhecida a dignidade de todos os féis, e não menos a estimular a alma para que suba até à mais alta santidade. Esta não consiste senão em pormo-nos inteiramente ao serviço da divina Majestade, com generosa oblação de nós mesmos.
32. E necessário recordar ainda a conclusão, que deriva desta doutrina, acerca da "natureza pública e social de toda e qualquer Missa".[28] Toda a Missa, ainda que celebrada privadamente por um sacerdote, não é ação privada, mas ação de Cristo e da Igreja. Esta, no sacrifício que oferece, aprende a oferecer-se a si mesma como sacrifício universal, e aplica, pela salvação do mundo inteiro, a única e infinita eficácia redentora do Sacrifício da Cruz. Na realidade qualquer Missa celebrada oferece-se não apenas pela salvação de alguns mas pela salvação do mundo inteiro. Donde se conclui: se muito convém que à celebração da Missa, quase por sua natureza, participe ativamente grande número de fiéis, não se deve condenar, mas sim aprovar, a Missa que um sacerdote, por justa causa e segundo as prescrições e tradições legítimas da Santa Igreja, reza privadamente, embora haja apenas um acólito para ajudar e responder; de tal Missa deriva grande abundância de graças particulares, para bem tanto do sacerdote, como do povo fiel e de toda a Igreja, e mesmo do mundo inteiro; graças estas, que não se obtêm em igual medida só por meio da sagrada Comunhão.
33. Os sacerdotes, que são mais que ninguém a nossa alegria e a nossa coroa no Senhor, lembram-se do poder que receberam do Bispo ordenante para oferecer a Deus o Sacrifício e celebrar Missas tanto pelos vivos como pelos defuntos no nome do Senhor.[29] Recomendamos-lhes com paternal insistência que celebrem todos os dias com dignidade e devoção, a fim de que, eles mesmos e os outros cristãos em geral, beneficiem da aplicação dos frutos copiosos que provêm do Sacrifício da Cruz. Deste modo, contribuirão muito para a salvação do gênero humano
CARTA ENCÍCLICA MYSTERIUM FIDEI DE SUA SANTIDADE
BEATO PAPA PAULO VI

ELES TE GUARDEM EM TODOS TEUS CAMINHOS



 Dos Sermões de São Bernardo, abade (Sermo 12 in psalmum Qui habitat, 3.6-8: Opera omnia, Edit.Cisterc. 4[1966]458-462) (Séc.XII)

A teu respeito ordenou a seus anjos que te guardem em todos os teus caminhos (Sl 90,11). Louvem o Senhor por sua misericórdia e suas maravilhas para com os filhos dos homens. Louvem e proclamem às nações que o Senhor agiu de modo magnífico a favor deles. Senhor, que é o homem para que assim o conheças? Ou po...r que inclinas para ele teu coração? Aproximas dele teu coração, enches-te de solicitude por sua causa, cuidas dele. Enfim, a ele envias o teu Unigênito, infundes o teu Espírito, prometes até a visão de tua face. E para que nas alturas nada falte no serviço a nosso favor, envias os teus santos espíritos a servir-nos, confias-lhes nossa guarda, ordenas que se tornem nossos pedagogos.  A teu respeito, ordenou a seus anjos que te guardem em todos os teus caminhos. Esta palavra quanta reverência deve despertar em ti, aumentar a gratidão, dar confiança. Reverência pela presença, gratidão pela benevolência, confiança pela proteção. Estão aqui, portanto, e estão junto de ti, não apenas contigo, mas em teu favor. Estão aqui para proteger, para te serem úteis. Na verdade, embora enviados por Deus, não nos é lícito ser ingratos para com eles, que com tanto amor lhe obedecem e em tamanhas necessidades nos auxiliam.   Sejamos-lhes fiéis, sejamos gratos a tão grandes protetores; paguemos-lhes com amor; honremo-los tanto quanto pudermos, quanto devemos. Prestemos, no entanto, todo o nosso amor e nossa honra àquele que é tudo para nós e para eles; de quem recebemos poder amar e honrar, de quem merecemos ser amados e honrados.
Assim, irmãos, nele amemos com ternura seus anjos como futuros co-herdeiros nossos, e enquanto esperamos nossos intendentes e tutores dados pelo Pai como nossos guias. Porque agora somos filhos de Deus, embora não se veja, pois ainda estamos sob tutela quais meninos que em nada diferem dos servos.  Aliás, mesmo assim tão pequeninos e restando-nos ainda uma tão longa, e não só tão longa, mas ainda tão perigosa caminhada, que temos a temer com tão poderosos protetores? Eles não podem ser vencidos, nem seduzidos, e ainda menos seduzir, aqueles que nos guardam em todos os nossos caminhos. São fiéis, são prudentes, são fortes; por que trememos de medo? Basta que os sigamos, unamo-nos a eles e habitaremos sob a proteção do Deus do céu.

"OS ANJOS NA VIDA DA IGREJA CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA"



334. Daqui resulta que toda a vida da Igreja beneficia da ajuda misteriosa e poderosa dos anjos (193).
335. Na sua liturgia, a Igreja associa-se aos anjos para adorar a Deus três vezes santo (194); invoca a sua assistência (como na oração "In paradisum deducant te angeli – conduzam-te os anjos ao paraíso" da Liturgia dos Defuntos (195), ou ainda no «Hino querubínico» da Liturgia bizantina (196), e festeja de modo mais particular a memória de certos anjos (São Miguel, São Gabriel, São Rafael e os Anjos da Guarda).
336. Desde o seu começo (197) até à morte (198), a vida humana é acompanhada pela sua assistência (199) e intercessão (200). «Cada fiel tem a seu lado um anjo como protector e pastor para o guiar na vida» (201). Desde este mundo, a vida cristã participa, pela fé, na sociedade bem-aventurada dos anjos e dos homens, unidos em Deus.
II. O mundo visível
337. Foi o próprio Deus que criou o mundo visível, com toda a sua riqueza, a sua diversidade e a sua ordem. A Sagrada Escritura apresenta a obra do Criador, simbolicamente, como uma sequência de seis dias «de trabalho» divino, que terminam no «repouso» do sétimo dia (202). O texto sagrado ensina, a respeito da criação, verdades reveladas por Deus para a nossa salvação (203), as quais permitem «conhecer a natureza última e o valor de todas as criaturas e a sua ordenação para a glória de Deus» (204).
338. Nada existe que não deva a sua existência a Deus Criador: O mundo começou quando foi tirado do nada pela Palavra de Deus: todos os seres existentes, toda a Natureza, toda a história humana radicam neste acontecimento primordial: é a própria génese, pela qual o mundo foi constituído e o tempo começado (205).
339. Cada criatura possui a sua bondade e perfeição próprias. Acerca de cada uma das obras dos «seis dias» está escrito: «E Deus viu que era bom». «Foi em virtude da própria criação que todas as coisas foram estabelecidas segundo a sua consistência, a sua verdade, a sua excelência própria, com o seu ordenamento e leis específicas» (206). As diferentes criaturas, queridas pelo seu próprio ser, reflectem, cada qual a seu modo, uma centelha da sabedoria e da bondade infinitas de Deus. É por isso que o homem deve respeitar a bondade própria de cada criatura, para evitar o uso desordenado das coisas, que despreza o Criador e traz consigo consequências nefastas para os homens e para o seu meio ambiente.
340. A interdependência das criaturas é querida por Deus. O sol e a lua, o cedro e a florzinha, a águia e o pardal: o espectáculo das suas incontáveis diversidades e desigualdades significa que nenhuma criatura se basta a si mesma. Elas só existem na dependência umas das outras, para se completarem mutuamente, no serviço umas das outras.
341. A beleza do Universo: A ordem e a harmonia do mundo criado resultam da diversidade dos seres e das relações existentes entre si. O homem descobre-as progressivamente como leis da natureza. Elas suscitam a admiração dos sábios. A beleza da criação reflecte a beleza infinita do Criador, a qual deve inspirar o respeito e a submissão da inteligência e da vontade humanas.
342. A hierarquia das criaturas é expressa pela ordem dos «seis dias», indo do menos perfeito para o mais perfeito. Deus ama todas as suas criaturas (207) e cuida de cada uma, até dos passarinhos. No entanto, Jesus diz: «[Vós] valeis mais do que muitos passarinhos» (Lc 12, 7), e ainda: «Um homem vale muito mais que uma ovelha» (Mt 12, 12).
343. O homem é o ponto culminante da obra da criação. A narrativa inspirada exprime essa realidade, fazendo nítida distinção entre a criação do homem e a das outras criaturas (208).
344. Existe uma solidariedade entre todas as criaturas pelo facto de todas terem o mesmo Criador e todas serem ordenadas para a sua glória:
«Louvado sejas meu Senhor, com todas as tuas criaturas,
especialmente o meu senhor irmão Sol,
o qual faz o dia e por ele nos alumia
E ele é belo e radiante com grande esplendor:
de Ti. Altíssimo, nos dá ele a imagem [...]
Louvado sejas, meu Senhor, pela irmã água,
que é tão útil e humilde,
e preciosa e casta [...]
Louvado sejas, meu Senhor, pela nossa irmã, a mãe terra,
que nos sustenta e governa,
e produz variados frutos,
com flores coloridas, e verduras [...]
Louvai e bendizei a meu Senhor,
e dai-lhe graças e servi-o
com grande humildade» (219).
345. O «Sábado» – fim da obra dos «seis dias». O texto sagrado diz que «Deus concluiu, no sétimo dia, a obra que fizera» e que assim «se completaram o céu e a terra»; e no sétimo dia Deus «descansou» e santificou e abençoou este dia (Gn 2, 1-3). Estas palavras inspiradas são ricas de salutares ensinamentos:
346. Na criação, Deus estabeleceu uma base e leis que permanecem estáveis (210) sobre as quais o crente pode apoiar-se com confiança, e que serão para ele sinal e garantia da fidelidade inquebrantável da Aliança divina (211). Por seu lado, o homem deve manter-se fiel a esta base e respeitar as leis que o Criador nela inscreveu.
347. A criação foi feita em vista do Sábado e, portanto, do culto e da adoração de Deus. O culto está inscrito na ordem da criação (212) – «Operi Dei nihil preponatur – Nada se anteponha à obra de Deus (ao culto divino)» – diz a Regra de São Bento (213) indicando assim a justa ordem das preocupações humanas.
348. O Sábado está no coração da Lei de Israel. Guardar os Mandamentos é corresponder à sabedoria e à vontade de Deus, expressas na sua obra da criação.
349. O oitavo dia. Mas para nós, um dia novo surgiu: o dia da Ressurreição de Cristo. O sétimo dia acaba a primeira criação. O oitavo dia começa a nova criação. A obra da criação culmina, assim, na obra maior da Redenção. A primeira criação encontrou o seu sentido e cume ria nova criação em Cristo, cujo esplendor ultrapassa o da primeira (214).
Resumindo:
350. Os anjos são criaturas espirituais que glorificam a Deus sem cessar e servem os seus planos salvíficos em relação às outras criaturas: «Ad omnia bona nostra cooperantur angeli – Os anjos prestam a sua cooperação a tudo quanto diz respeito ao nosso bem» (215).
351. Os anjos assistem a Cristo, seu Senhor. Servem-n'O de modo particular no cumprimento da sua missão salvífica em relação aos homens.
352. A Igreja venera os anjos, que a ajudam na sua peregrinação terrestre e protegem todo o género humano.
353. Deus quis a diversidade das suas criaturas e a sua bondade própria, a sua interdependência e a sua ordem. Destinou todas as criaturas materiais para o bem do género humano. O homem, e através dele toda a criação, tem como destino a glória de Deus.
354. Respeitar as leis inscritas na criação e as relações derivantes da natureza das coisas, é princípio de sabedoria e fundamento da moral.

"10 CONSELHOS PARA CRESCER NA VIDA DE ORAÇÃO"



A oração é essencial para a salvação. Santo Agostinho disse que quem reza bem, vive bem; quem vive bem, morre bem; e para quem morre bem, tudo está bem.
Santo Afonso ensina o mesmo: “Quem ora muito será salvo. Quem não ora será condenado. Quem ora pouco, coloca a própria salvação eterna em risco”. O mesmo santo afirmou que não existem pessoas fortes ou fracas neste mundo, apenas pessoas que oram e outras que não oram.
Em outras palavras, a oração é nossa força em todo tempo a lugar. Por isso, apresentamos, a seguir, 10 dicas e incentivos para nos ajudar no caminho rumo ao céu, por meio do esforço de crescer em nossa vida de oração.

1. Tenha convicção e determinação

Ninguém tem sucesso em nenhum âmbito da vida sem determinação para alcançar seus objetivos. Atletas, músicos, estudiosos não chegaram onde chegaram somente por desejar ou pensar no que queriam.

2. Contrate o Espírito Santo como professor

São Paulo nos ensina que não sabemos pedir como convém, e que é o Espírito Santo quem intercede por nós e nos ensina a dizer: “Abbà”, Pai. O Espírito Santo é nosso mestre interior. Antes de começar qualquer momento de oração, invoque a Pessoa do Espírito Santo para iluminar sua mente e incendiar seu coração.

3. Dedique tempo, espaço, boa vontade e silêncio
Como qualquer arte se aprende com a prática, isso também se aplica à oração. Para aprender a orar, escolha um momento determinado, um bom lugar, coloque o melhor da sua parte e faça silêncio interior.

4. Faça penitência

Se a sua oração se tornou entediante e você não está mais crescendo espiritualmente, pode ser devido ao descuido na vida de penitência, a uma vida mais segundo a carne que o espírito. Se você não tem formação na vida penitencial, consulte um bom diretor espiritual e comece com pequenos atos para ir acumulando força interior.

5. Procure a direção espiritual

Os atletas precisam de treinadores; os estudantes precisam de professores. Os guerreiros da oração precisam de um orientador e isso se chama direção espiritual. Há muitos obstáculos na vida de quem quer orar profundamente; a assistência de um diretor espiritual ajuda a identificar estas armadilhas e lidar com elas, para crescer constantemente em santidade, mediante uma vida de oração profunda e autêntica.

6. Faça oração e viva a ação

Uma autêntica vida de oração alcança sua plenitude na progressiva prática das virtudes: fé, esperança, caridade, pureza, bondade, serviço, humildade, amor constante ao próximo e à salvação da sua alma imortal.

7. Estude e leia sobre a oração

Santa Teresa de Ávila não aceitava freiras para o seu convento que não soubessem ler. Por quê? Porque a santa sabia muito bem quão importante é aprender, sobretudo acerca da oração, por meio de uma leitura espiritual sólida. Procure bons livros sobre a vida de oração e leia. Você pode começar pela 4ª parte do Catecismo da Igreja Católica, que fala exclusivamente do tema.

8. Participe de retiros

Os retiros permitem uma dedicação mais prolongada à oração. Um dos estilos mais eficazes de retiro são os inacianos, que podem durar um fim de semana, 8 dias ou até um mês inteiro. Vale a pena fazer algumas experiências de retiro ao longo do ano.

9. Confesse-se regularmente

Às vezes a oração se torna muito difícil porque temos a consciência suja pelo pecado. Jesus disse: “Bem-aventurados os limpos de oração, porque eles verão Deus” (Mt 5, 8). Depois de uma boa confissão, os olhos da alma conseguem ver e contemplar o rosto de Deus com mais clareza.

10. Conte com Nossa Senhora

Depois de invocar o Espírito Santo, peça a intercessão de Maria por você, e convide-a a estar ao seu lado cada vez que você dedica um tempo à oração. Ela nunca falha. Da mesma maneira que Jesus transformou a água em vinho nas bodas de Caná, Ele pode transformar nossa oração insípida e sem sabor no vinho doce da devoção.


 Fonte:wwww.aleteia.org

"10 ensinamentos de São Tomás de AquinoReflexões para orar e praticar"



1. Levar os homens à verdade é o maior benefício que se pode prestar aos outros.

2. A santidade não consiste em saber muito, meditar muito, pensar muito. O grande mistério da santidade é amar muito.
...
3. Quanto mais um ser se afasta de Deus mais ele aproxima do nada. Mas quanto mais ele se aproxima de Deus, tanto mais se distancia do nada.

4. Paciente não é aquele que não vê o mal, mas quem não se deixa dominar pela tristeza.

5. Nunca toques numa ferida que não possas curá-la.

6. A oração dominical (Pai-Nosso) é a mais perfeita das orações. Nela não só pedimos tudo quanto podemos desejar corretamente, mas ainda segundo a ordem em que convém desejá-lo. De modo que esta oração, não só nos ensina a pedir, mas ordena também todos os nossos afetos.

7. A esperança cristã é a espera certa da felicidade eterna.

8. A oração é necessária não para que Deus conheça as nossas necessidades, mas para que nós fiquemos conhecendo a necessidade que temos de recorrer a Deus, para receber oportunamente os socorros da salvação.

9. O bem de Cristo é comunicado a todos os membros, e essa comunicação se faz através dos sacramentos da Igreja.

10. Não ponhas em dúvida se é ou não verdade, aceita com fé as palavras do Senhor, porque ele, que é a verdade, não mente.

  fonte:www.aleteia.org
ORAÇÃO PEDINDO GRAÇAS
PELA INTERCESSÃO DA SANTA IRMÃ FAUSTINA
Ó Jesus, que fizestes de Santa Faustina uma grande devota da Vossa imensurável misericórdia, dignai-vos, por intermédio dela, caso isso esteja de acordo com a Vossa santíssima vontade, conceder-me a graça ......................, que Vos peço. Eu, pecador, não sou digno da Vossa misericórdia, mas olhai para o espírito de sacrifício e devotamento da Irmã Faustina e recompensai a sua virtude atendendo aos pedidos que por sua intercessão com confiança Vos apresento.
Pai nosso...
Ave Maria...
Glória ao Pai...
 
Santa Faustina
Santa Faustina, orai por nós.


“O próprio Senhor me estimula a escrever orações
e hinos sobre a Sua misericórdia...” (Diário, 1593).

ORAÇÕES DE SANTA IRMÃ FAUSTINA
  “Ó Jesus estendido na cruz, suplico-Vos, concedei-me a graça de sempre, em toda parte e em tudo cumprir fielmente a Santíssima vontade de Vosso Pai. E, quando essa vontade de Deus me parecer penosa e difícil de cumprir, então suplico-Vos, Jesus, que das Vossas Chagas desça para mim força e vigor, e que a minha boca repita: Seja feita a Vossa vontade, Senhor. (...) Jesus cheio de compaixão, concedei-me a graça de me esquecer de mim mesma, a fim de viver inteiramente para as almas, ajudando-Vos na obra da salvação, segundo a santíssima vontade de Vosso Pai...” (Diário, 1265).

“Desejo transformar-me toda em Vossa misericórdia, para tornar-me o Vosso reflexo vivo, ó meu Senhor! Que a Vossa misericórdia, que é insondável e de todos os atributos de Deus o mais sublime, se derrame do meu coração e da minha alma sobre o próximo.
Ajudai-me, Senhor, para que os meus olhos sejam misericordiosos, de modo que eu jamais suspeite nem julgue as pessoas pela aparência externa, mas perceba a beleza interior dos outros e possa ajudá-los.
Ajudai-me, Senhor, para que os meus ouvidos sejam misericordiosos, de modo que eu esteja atenta às necessidades dos meus irmãos e não me permitais permanecer indiferente diante de suas dores e lágrimas.
Ajudai-me, Senhor, para que a minha língua seja misericordiosa, de modo que eu nunca fale mal dos meus irmãos; que eu tenha para cada um deles uma palavra de conforto e de perdão.
Ajudai-me, Senhor, para que as minhas mãos sejam misericordiosas e transbordantes de boas obras, nem se cansem jamais de fazer o bem aos outros, enquanto aceite para mim as tarefas mais difíceis e penosas.
Ajudai-me, Senhor, para que sejam misericordiosos também os meus pés, para que levem sem descanso ajuda aos meus irmãos, vencendo a fadiga e o cansaço (...)
Ajudai-me, Senhor, para que o meu coração seja misericordioso e se torne sensível
a todos os sofrimentos do próximo. (...) Ó meu Jesus, transformai-me em Vós, porque Vós tudo podeis” (Diário, 163).

“Rei de Misericórdia, guiai a minha alma” (Diário, 3).

“Amor Eterno, chama pura, ardei sem cessar no meu coração e divinizai todo o meu ser de acordo com a Vossa eterna predileção, pela qual me chamastes à existência e convocastes à participação na Vossa felicidade eterna” (Diário, 1523).

“Ó Deus misericordioso, que não nos desprezais, mas nos cumulais sem cessar com as Vossas graças! Vós nos tornais dignos do Vosso Reino e, em Vossa bondade, preencheis com homens os lugares deixados pelos anjos ingratos. Ó Deus de grande misericórdia, que afastastes o Vosso santo olhar dos anjos revoltados e o voltastes para o homem contrito, seja dada honra e glória à Vossa insondável misericórdia” (Diário, 1339).

“Ó Jesus, desejo viver o momento presente, viver como se este dia fosse o último da minha vida: aproveitar cuidadosamente cada momento para a maior glória de Deus; fazer uso de cada circunstância, de tal maneira que a alma possa tirar proveito. Olhar para tudo do ponto de vista de que nada suceda sem a Vontade de Deus. Deus de insondável misericórdia, envolvei o mundo todo e derramai-Vos sobre nós, pelo compassivo Coração de Jesus” (Diário, 1183).

“Ó Deus de grande misericórdia, bondade infinita, eis que hoje a Humanidade toda clama do abismo da sua miséria à Vossa misericórdia, à Vossa compaixão, ó Deus, e clama com a potente voz da sua miséria. Ó Deus clemente, não rejeiteis a oração dos exilados desta Terra. Ó Senhor, bondade inconcebível, que conheceis profundamente a nossa miséria e sabeis que, com nossas próprias forças, não temos condições de nos elevar até Vós, por isso Vos suplicamos: adiantai-Vos ao nosso pedido com a Vossa graça e aumentai em nós sem cessar a Vossa misericórdia, a fim de que possamos cumprir fielmente a Vossa santa vontade durante toda a nossa vida e na hora da morte. Que o poder da Vossa misericórdia nos defenda dos ataques dos inimigos da nossa salvação, para que aguardemos com confiança, como Vossos filhos, a Vossa vinda última, dia que somente Vós conheceis...” (Diário, 1570).


FRUTOS DA ORAÇÃO
 
“É pela oração que a alma se arma para toda espécie de combate. Em qualquer estado em que se encontre, a alma deve rezar. Tem que rezar a alma pura e bela, porque de outra forma perderia a sua beleza; deve rezar a alma que está buscando essa pureza, porque de outra forma não a atingiria; deve rezar a alma recém-convertida, porque de outra forma cairia novamente; deve rezar a alma pecadora, atolada em pecados, para que possa levantar-se. E não existe uma só alma que não tenha a obrigação de rezar, porque toda a graça provém da oração” (Diário, 146).

“...a alma deve ser fiel à oração, apesar dos tormentos, da aridez e das tentações, porque em grande parte e principalmente de uma oração assim depende, às vezes, a concretização de grandes desígnios de Deus. E, se não perseveramos nessa oração, transtornamos o que Deus queria realizar através de nós, ou em nós. Que toda alma se lembre destas palavras: E, estando em agonia, rezou mais longamente” (Diário, 872).

“A paciência, a oração e o silêncio - eis o que fortalece a minha alma. Há ocasiões em que a alma deve calar-se e não lhe convém conversar com as criaturas. São momentos em que não está satisfeita consigo mesma (...) nestes momentos vivo exclusivamente pela fé...”
(Diário, 944).

“O silêncio é como a espada na luta espiritual (...) A alma recolhida é capaz da mais profunda união com Deus, ela vive quase sempre sob a inspiração do Espírito Santo. Deus opera sem obstáculo na alma silenciosa” (Diário, 477).

“Devemos rezar, muitas vezes, ao Espírito Santo pedindo a graça da prudência.
A prudência compõe-se de: ponderação, consideração inteligente e propósito firme. Sempre a decisão final pertence a nós” (Diário, 1106).