O NATAL DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO

Natal, o Deus conosco


Preparando-nos para o encontro com Jesus Cristo, que nasce para nossa salvação nesta festa bonita, que hoje estamos comemorando, a Igreja nos recordava o texto profético de Isaias: “nunca se ouviu dizer nem chegou aos ouvidos de ninguém, que um Deus, exceto Tu, tenha feito tanto pelos que em ti põem a esperança” (Is 64, 2b). Sim. Deus fez tanto por nós que nos deu seu Filho para ser nosso companheiro e assim não nos afastarmos dos seus caminhos. 

Era uma noite de paz, quando Ele chegou. Parece-nos até, num devaneio de quem sonha, que a pomba, que Noé soltou pela janela da arca – asas abertas e pandas – volta para nós trazendo no bico o pequenino ramo verde da esperança e da paz. Gostaríamos de soltar, pela vastidão do espaço, bandos dessas aves graciosas, portadores da alvissareira mensagem de paz e amor, que os anjos anunciaram nos céus de Belém. 

Pena que, para muitos, o Natal de Jesus, que é Deus vindo ao nosso encontro, se transformou em uma fúria comercial de troca de presentes. Os mensageiros celestes anunciaram aos pastores a chegada do Messias. Este é o grande presente de Deus para a humanidade: “Nasceu hoje na cidade de Davi para vós o Salvador” (Lc 2, 10). 

Natal é festa de amor. Deus amou tanto o mundo que enviou seu Filho, revestido de nossa natureza humana, para morar conosco e ensinar-nos os caminhos do bem. Desde a noite do Natal, Deus não está distante; está perto de nós. Por isto a Escritura Sacra o chama com razão de “Emanuel”, isto é, Deus conosco. 

Há pois necessidade de nos encontrarmos com Jesus, pois veio não só para estarmos com Ele, mas para o amar, ouvi-lo e seguir-lhe os passos, não por alguns momentos passageiros, mas com a perseverança de quem crê que Ele é o Filho de Deus, nosso único Senhor e Salvador. 

Sabemos pois quem é Este que vem a nosso encontro e para que vem. Somos convidados nesta noite bendita a contemplar a cena da família sagrada na pobreza da gruta de Belém: José, o homem forte e casto; Maria, a mulher, invocada pela liturgia grega como “Theotókos”, cujo seio “foi a âmbula primeira de Jesus”; o Menino dormindo no embalo carinhoso dos braços de sua Mãe. Natal é noite feliz, porque Deus não iludiu nossa esperança. Veio e ficou conosco: Emanuel!

Dom Benedicto de Ulhôa Vieira


Símbolos da celebração do Natal


DATA
 - A comemoração do Natal no dia 25 de dezembro iniciou-se no ano 336, por decisão do Papa Júlio I. Até essa época o Natal era comemorado em diversas datas, conforme a tradição de cada país, pois os evangelhos não trazem nenhuma informação sobre a data precisa para o nascimento de Jesus. O dia 25 foi escolhido para substituir as festas pagãs do “natalis Solis invictus” (o nascimento do Sol invicto). Para os cristãos, Jesus é o verdadeiro sol que ilumina todo homem. Portanto, em um processo de inculturação do evangelho, a Igreja substituiu as festas pagãs em homenagem ao astro-rei por uma homenagem ao verdadeiro Rei.



PRESÉPIO - É o mais significativo dos símbolos do Natal. O primeiro presépio de que se tem notícia foi montado por São Francisco de Assis, na cidade italiana de Greccio, no ano de 1223. Francisco teve a idéia de reproduzir o cenário da noite de Belém: armou uma choupana, onde colocou a manjedoura, rodeada de animais, pronta para acolher os personagens centrais da narrativa: José, Maria e o Menino recém-nascido. Francisco chamou os habitantes das proximidades, para que na noite de Natal estivessem presentes naquele local humilde, que tão bem relembrava o episódio daquela outra "noite" bela e inesquecível, a do nascimento do Menino-Deus.


COROA - A palavra "advento" vem da expressão latina “ad venire”, que significa "o que há de vir". Trata-se do período de quatro semanas que antecedem ao Natal, durante o qual se costuma enfeitar as igrejas e os lares com a Coroa do Advento. É uma guirlanda, geralmente verde, sinal de esperança e de vida, enfeitada com uma fita vermelha, que simboliza o amor de Deus por nós.


ÁRVORE - No inverno rigoroso do Hemisfério Norte, debaixo da neve constante, as árvores perdem suas folhas e somente o pinheiro permanece verde. Desse modo, a Árvore de Natal representa a figura de Cristo, a verdadeira vida, em qualquer lugar e em qualquer tempo. As bolas coloridas que a enfeitam são símbolos dos dons que o nascimento de Jesus nos traz. Também representam as boas ações praticadas por quem segue Jesus. 

A árvore de Natal é um sinal da “deslumbrante luz” de Jesus, afirmou o Papa Bento XVI ao receber (no dia 17 de dezembro de 2005) um grupo de peregrinos da Áustria, entre os quais se encontravam representantes civis e eclesiásticos, que o presentearam com uma imponente árvore procedente dos bosques de Eferding e que brilhou na Praça São Pedro, no Vaticano. “Com sua luminosa presença, Jesus dissipou as trevas do erro e do pecado e trouxe à humanidade a alegria da deslumbrante luz divina, da qual a árvore natalina é sinal e recordação” – disse o papa. Ele reconheceu que, neste sentido, a árvore de Natal é um convite a acolher no coração o dom da alegria, da paz e do amor de Jesus. 

ESTRELA - Quando Jesus nasceu, conta a história que reis magos, vindos do Oriente, chegaram a Jerusalém à procura do Menino Deus, guiados por uma estrela. A grande e brilhante estrela de Natal, símbolo do próprio Jesus a apontar o caminho de nossa vida, tem quatro pontas e uma cauda luminosa. As quatro pontas representam as direções da Terra, significando que de todos os lados vêm pessoas para adorar o Menino Jesus.

VELAS - Representam a presença de Cristo e sua grande luz, pois Ele disse: "Eu sou a luz do mundo. Quem me segue não anda nas trevas". Logo, as velas de Natal enfeitam qualquer ambiente cristão, levando luz e força ao mundo. Nos tempos mais antigos, colocavam-se velinhas acesas nas árvores de Natal, as quais foram sendo substituídas por pequenas lâmpadas coloridas, que causam menos riscos de incêndios, queimaduras.

PRESENTES – Apesar dos apelos consumistas de hoje, os presentes também têm seu significado. Os pastores e os reis magos levaram presentes a Jesus. Isso deu origem à tradição de se dar presentes na época do Natal. Também nos recordam que Jesus é o grande presente de Deus para nós. 

CANÇÃO NATALINA - A conhecida canção de Natal "Noite Feliz", com sua letra traduzida para mais de 60 idiomas diferentes, é a música mais cantada em todo o mundo, um dos símbolos do Natal. "Noite Feliz" foi composta na Áustria, no ano de 1818, por Franz Gruber.

Noite de Natal
Noite feliz! Noite de luz! Noite de paz! O centro desta noite é o Menino do presépio, o “Menino que nos é dado”, segundo o profeta Isaías. Este Menino é chamado de “Príncipe da paz”; traz consigo a força renovadora de toda velhice do mundo. Na voz do profeta, “este Menino é Deus-conosco”. Ele será mais sábio que Salomão para fazer justiça, mais forte que Davi para reunir o povo de Deus. Ele será um líder maior que Moisés para conduzir a humanidade à vida eterna.

Nós o vemos reclinado na manjedoura onde comem os animais. Ele é maior que todo o universo porque “tudo foi feito por meio dele e sem Ele nada foi feito”. O Menino nasceu em Belém, a mais pequenina cidade da Judéia, na simplicidade, humildade e pobreza. 

Esta a noite feliz em que o céu e a terra se uniram numa aliança nova a ser selada, para sempre, com o sangue desse Menino a ser, um dia, derramado na cruz a fim de reabrir para a humanidade as portas do “Paraíso perdido”. Esta a noite feliz que nos convida a entrar na gruta despojada e pobre que abriga toda a riqueza do céu e da terra: o Menino Deus envolto em panos, deitado no cocho que alimenta animais. Ali está sob o aconchego de seus pais, Maria e José, porque “não havia lugar para eles na casa dos homens”. Esta a noite feliz para todos que entram na mesma gruta, com espírito de fé, à procura de Deus. 

Nesta gruta encontramos um homem, justo e santo, chamado José, carpinteiro de profissão que acolheu o mistério da encarnação do Filho de Deus no seio de sua esposa. Nesta gruta, encontramos Maria, a jovem mãe judia que acaba de dar à luz, também de modo misterioso, o Filho gerado em seu seio pela ação do Espírito Santo. Com nossos olhos extasiados, encontramos nessa mesma gruta a quem mais procuramos: o Filho do Pai eterno, “Deus de Deus, Luz da Luz” e também Filho de Maria, “imagem visível do Deus invisível” que vem salvar o povo de seus pecados. Por tudo isso, esta é a noite feliz!

Esta é a noite de luz, da luz que envolveu os pastores nos campos de Belém onde o Anjo do Senhor lhes anunciou uma grande alegria: “Nasceu-vos, hoje, um Salvador”. Esta a noite de luz que nos envolve a todos no amor de Deus Pai que entrega seu Filho Unigênito para ser nosso Irmão primogênito que veio nos ensinar a amar a Deus e chamá-lo de Pai e amar nossos semelhantes e chamá-los de irmãos. Esta a noite de luz que nos arranca das trevas do pecado, reveste-nos da filiação divina e torna-nos herdeiros de Deus e co-herdeiros de seu Filho, o Verbo que se fez carne e veio morar conosco. “O povo que caminhava na escuridão viu uma grande luz.” Com essa viva imagem, Isaías não se refere à escuridão da noite mas à escuridão da mente, do coração, de uma vida sem destino. A escuridão dos nossos dias é a fome, a impunidade, a corrupção... O Menino do presépio é a “Luz que ilumina todo homem que vem a este mundo”. Por tudo isso, esta é a noite de luz.

Esta a noite de paz, noite em que Deus entra na família humana e nós entramos na família de Deus. Nesta noite, os anjos cantam: “Glória a Deus nas alturas e paz na Terra.” Eis a grande revelação: nossa paz nasce do amor de Deus por nós que nos leva a amá-lo em nossos irmãos. Natal, festa que toca profundamente nossos corações, desperta em nós a ternura diante da Criança do presépio, impele-nos a seguir o exemplo dos pastores que, depois de ouvir o anúncio do Anjo do Senhor e o canto dos anjos, logo decidem: “Vamos a Belém ver o acontecimento que o Senhor nos revelou”. Esta a noite de paz que nos faz olhar para dentro da história e contemplar o Menino do presépio que, depois de crescido, pôs-se a falar para a multidão: “Vinde a mim todos que estais fatigados e eu vos aliviarei. Aprendei de mim que sou manso e humilde de coração e achareis a paz que vossos corações tanto procuram.” Esta a noite da vitória do amor sobre a malquerença, a noite do oferecimento do perdão, a noite em que se superam desigualdades, a noite em que se busca a unidade entre todos. Por isso, esta é a noite de paz!

Noite feliz! Noite de luz! Noite de paz! Podemos ver nela a grande e inefável noite porque grande e inefável é o acontecimento do Natal. Ao chegar a plenitude do tempo, levando a termo a longa espera dos séculos, nasceu o Filho de Deus entre nós na pobreza, simplicidade e humildade da gruta de Belém. Ele tomou “a semelhança humana, humilhou-se e fez-se obediente até a morte e morte de cruz”, o que revela a medida sem medida do amor de Deus Pai pela humanidade. Despojado, humilde e simples há de ser nosso coração para que o “Menino que nos foi dado” possa nele nascer. 

O dia de Natal vale por todos os outros. Nesse dia, reconhecemo-nos irmãos, somos solidários com os pobres, esquecemos o egoísmo que nos leva a pensar só em nós mesmos e o orgulho que faz nos considerarmos mais que os outros. Nesse dia, desejamos votos de felicidade a quantos passam por nós, enviamos cartões aos amigos, damos presentes em homenagem a quem se faz Presente entre nós e se dá como Presente para nós. Por que esses sentimentos não nos acompanham todos os dias do ano?

Dom Eduardo Koaik - Bispo Emérito de Piracicaba

Natal – Deus no meio de nós!
O Natal, celebração do nascimento de Jesus, é uma festa cristã que nos transmite profundas verdades de vida. Ao contemplarmos a gruta de Belém, descobrimos o imenso amor de Deus que assume nossa condição humana, vindo ao mundo para nos salvar. É Deus que se humaniza, para divinizar o homem. 

Celebrar o Natal é descobrir, na pequenez e na pobreza do presépio, a grandeza e a riqueza do amor divino. É perceber a lição de humildade que Cristo veio nos ensinar. É optar pelo caminho que Ele veio nos mostrar. É acolher com sinceridade as verdades que veio nos comunicar, vivendo-as no nosso dia a dia. É assumir o compromisso com as causas do evangelho, lutando em defesa da vida, colocando-nos ao lado dos pobres, excluídos e injustiçados. É, a exemplo de Jesus Cristo, ser um sinal de contradição na sociedade, buscando a construção da justiça, da paz e da fraternidade. 

Festejemos, alegremo-nos, mas principalmente “amemos o Menino de Belém, tornemo-nos semelhantes ao Menino de Belém”, como nos ensina São Bernardo. Que também para nós ressoem alegres e altissonantes as palavras que os anjos anunciaram aos pastores: “Eu vos anuncio uma grande alegria. Hoje nasceu para vós o Salvador!”

Tempo do Natal
Inicia-se no dia 24 de dezembro e conclui-se com a festa do Batismo do Senhor, a ser celebrada no dia 11 de janeiro.

A celebração do Natal dura oito dias. No domingo dentro da oitava, dia 28 de dezembro, celebra-se a festa da Sagrada Família. No dia 1º de janeiro, oitavo dia do Natal, celebra-se a solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus. Nesse dia também se celebra o Dia Mundial da Paz, instituído pelo Papa Paulo VI e celebrada pela primeira vez em 1968, com o objetivo de dedicar o primeiro dia do ano à reflexão e à oração pela paz no mundo.

A solenidade da Epifania do Senhor é celebrada, no Brasil, no dia 4 de janeiro. E no dia 11, a festa do Batismo de Jesus encerra o Tempo do Natal. 

Encerrado o tempo natalino, inicia-se o primeiro momento do Tempo Comum, quando são celebrados os momentos iniciais da atividade pública de Jesus

Fonte www.catequisar.com.br

Nenhum comentário:

Postar um comentário