A Santa Liturgia da Igreja

                                                     



 Introdução ao Espírito da Liturgia
“Introdução ao Espírito da Liturgia” é um fenômeno editorial na Europa desde 1999. De autoria do então cardeal Joseph Ratzinger – hoje Papa Bento XVI -, seu título traz à memória a famosa obra de Romano Guardini (“Sobre o Espírito da Liturgia”), que, nas primeiras décadas de 1900, iniciava o movimento litúrgico.

Com este livro, o cardeal Ratzinger quer ajudar os fiéis a olhar para a fonte escondida da vida eclesial. Aí desenrola-se a ação litúrgica que, nos sacramentos, e em particular na Eucaristia, permite tomar parte na ação salvífica de Cristo. No estilo próprio do autor, abre ao leitor rasgos de contemplação, mas sem deixar de apresentar aspectos polêmicos, propostos com a habitual franqueza do Cardeal Ratzinger.

Pelo estilo linear e a profundidade do pensamento, apresentando-se como uma das obras mais interessantes de toda a produção religiosa da última década, “Introdução ao Espírito da Liturgia” é leitura obrigatória a todos aqueles que desejam compreender melhor a fé e, assim, bem viver a Liturgia no seu exterior e interior.

Fiquemos com o prefácio da obra:

“Após o começo dos meus estudos de Teologia, uma das minhas primeiras leituras, no início do ano 1946, foi o pequeno livro de Romano Guardini – o seu primeiro – intitulado Sobre o Espírito da Liturgia. Editado pela Abt Herwegen, na Páscoa de 1918, como o primeiro manuscrito da série Ecclesia Orans, foi sendo reeditado até 1957 devido à procura incessante. Este pequeno manuscrito pode, com todo o direito, ser designado como o início do movimento litúrgico na Alemanha. Este livro contribuiu substancialmente para a redescoberta da Liturgia como centro inspirador da Igreja e da vida cristã na sua beleza, riqueza oculta e grandeza que transcende o tempo. Este livro conduziu a um esforço no sentido de uma celebração da Liturgia (palavra favorita de Guardini) mais na sua essência, aprendendo a compreendê-la na sua íntima aspiração e no fundo da sua forma, como a oração da Igreja, originada e conduzida pelo próprio Espírito Santo, em que Cristo, sempre de novo, se torna nosso contemporâneo, entrando na nossa vida.

Queria ousar uma tentativa de comparação que, mesmo não sendo muito exacta como acontece com todas as comparações, fosse suficientemente explícita para ser compreensível. Podia dizer-se que, em 1918, a Liturgia se assemelhava em muito a um fresco que, apesar de intacto, estava coberto por reboco. No missal, segundo o qual o padre celebrava a Liturgia, a sua forma nascida das raízes era de forte presença, para os fiéis, contudo, ela estava oculta sob formas e instruções de oração privadas. Através do movimento litúrgico e, definitivamente, após o Concílio vaticano II, o fresco foi posto a descoberto e, por um instante, ficamos fascinados pela sua beleza, pelas suas cores e formas. Porém, entretanto, na sequência de reconstruções e restaurações falhadas e devido a vagas de multidões afluentes, o fresco encontra-se em grande perigo, ameaçado de ser destruído se rapidamente não se diligenciar o necessário para pôr termo a essas influências nocivas. Obviamente, não se pode voltar a cobri-lo; recomenda-se, porém, um novo respeito ao lidar com ele, uma nova compreensão do seu testemunho e da sua realidade, para que a nova descoberta não se torne o primeiro degrau da definitiva perda.

A intenção deste meu pequeno livro, aqui apresentado ao público, é ser um auxílio para esta nova compreensão. Nas suas intenções substanciais, o livro é idêntico ao pequeno manuscrito de Guardini; é por isso que, propositadamente, escolhi um título que faz de imediato lembrar este clássico da Teologia litúrgica. Porém, o que Guardini expôs no fim da Primeira Guerra Mundial, num contexto histórico totalmente diferente, teve agora de ser transposto para a realidade das nossas interrogações, esperanças e perigos actuais. Tal como Guardini, não me detenho em discussões científicas ou investigações; antes quero ajudar a fazer compreender a fé e a contribuir para uma execução correcta da sua essencial forma de expressão dentro da Liturgi. Caso este livro consiga ser um novo estímulo para um <> diferente, um movimento para a execução correcta da Liturgia no seu exterior e interior, então seria cumprida satisfatoriamente a intenção que me urgiu a escrever este trabalho.

Roma, nas Celebrações de Santo Agostinho 1999

Cardeal Joseph Ratzinger”

Hoje Papa Bento XVI

O livro ainda não foi editado no Brasil mas pode ser encomendado, na versão portuguesa, nas Edições Paulinas, na Livraria Loyola ou na Livraria Cultura.



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