Beata Elena Guerra
(1835-1914)
Elena Guerra nasceu em Lucca (Itália), no dia 23 de Junho de 1835. Viveu e cresceu em um clima familiar profundamente religioso. Durante uma longa enfermidade, se dedica à meditação da Palavra de Deus e ao estudo dos Padres da Igreja, o que determina seu orientamento da vida interior e de seu apostolado; primeiro na Associação das Amigas Espirituais, idealizada por ela mesma para promover entre as jovens a amizade em seu sentido cristão, e depois nas Filhas de Maria
Em Abril de 1870, Elena participa de uma peregrinação pascal em Roma juntamente com seu pai, Antônio. Entre outros momentos marcantes, a visita às Catacumbas dos Mártires confirmam nela o desejo pela vida consagrada. Em 24 de Abril, assiste na Basílica de São Pedro a terceira sessão conciliar do Vaticano I, na qual vinha aprovada a Constituição “Dei Filius” sobre a Fé. A visita ao Papa Pio IX a comove de tal maneira que depois de algumas semanas, já em Lucca, no dia 23 de Junho, faz a oferta de toda a sua vida pelo Papa.
No ano de 1871, depois de uma grande noite escura, seguida de graças místicas particulares, Elena com um grupo de Amigas Espirituais e Filhas de Maria, dá início a uma nova experiência de vida religiosa comunitária, que em 1882 culminará na fundação da Congregação das Irmãs de Santa Zita, dedicada a educação cultural e religiosa da juventude. É neste período que Santa Gemma Galgani se tornará “sua aluna predileta”.
Em 1886, Elena sente o primeiro apelo interior a trabalhar de alguma forma para divulgar a Devoção ao Espírito Santo na Igreja. Para isto, escreve secretamente muitas vezes ao Papa Leão XIII, exortando-o a convidar “os cristãos modernos” a redescobrirem a vida segundo o Espírito; e o Papa, amavelmente solicitado pela mística Luquese, dirige à toda Igreja alguns documentos, que são como uma introdução a vida segundo o Espírito e que podem ser considerados também como o início do “retorno ao Espírito Santo” dos tempos atuais: A breve “Provida Matris Charitate” de 1895; a Encíclica “Divinum Illud Munus” em 1897 e a carta aos bispos “Ad fovendum in christiano populo”, de 1902.
Em Outubro de 1897, Elena é recebida em audiência por Leão XIII, que a encoraja a prosseguir o apostolado pela causa do Espírito Santo e autoriza também a sua Congregação a mudar de nome, para melhor qualificar o carisma próprio na Igreja: Oblatas do Espírito Santo. Para Elena, a exortação do Papa é uma ordem, e se dedica ainda com maior empenho à causa do Espírito Santo, aprofundando assim, para si e para os outros, o verdadeiro sentido do “retorno ao Espírito Santo”: Será este o mandato da sua Congregação ao mundo.
Elena, em suas meditações com a Palavra de Deus, é profundamente impressionada e comovida por tudo o que acontece no Cenáculo histórico da Igreja Nascente: Ali, Jesus se oferece como vítima a Deus para a salvação dos homens; ali institui o Sacramento de Amor, a Eucaristia; ali, aparece aos seus discípulos depois da ressurreição e ali, enfim, manda de junto do Pai o Espírito Santo sobre a Igreja Nascente.
A Igreja é chamada a realizar os Mistérios do Cenáculo, Mistérios permanentes, e, portanto, o Mistério Pascal: A Igreja é, por isto, prolongamento do Cenáculo, e, analogamente, é ela mesma como um Cenáculo Espiritual Permanente.
É neste Cenáculo do Mistério Pascal, no qual o Senhor Ressuscitado reúne a comunidade sacerdotal real e profética, que também nós, e cada fiél em particular, fomos inseridos pelo Espírito mediante o Batismo e a Crisma, e capacitados a participar da Eucaristia, que é uma assembléia de confirmados, e, portanto, semelhante a primeira comunidade do Cenáculo depois da descida do Espírito Santo. É nesta prospectiva que Elena Guerra concebe e inicia o “Cenáculo Universal” como movimento de oração ao Espírito Santo.
Elena morreu no dia 11 de Abril de 1914, sábado santo, com o grande desejo no coração de ver “os cristãos modernos” tomando consciência da presença e da ação do Espírito Santo em suas vidas, condição indispensável para um verdadeiro “renovamento da face da terra”.
Elevada à honra dos altares em 26 de Abril de 1959, justamente o Papa a definiu “Apóstola do Espírito Santo dos tempos modernos”, assim como Santa Maria Madalena foi a apóstola da Ressurreição e Santa Maria Margarida Alacoque a apóstola do Sagrado Coração.
O carisma profético de Elena é ainda atual, visto que a única necessidade da Igreja e do Mundo é a renovação contínua de um perene e “Novo Pentecostes” que por fim “renove a face da terra”.
“A vinda do Espírito Santo no Cenáculo,
foi como o beijo da reconciliação dado
por Deus à humanidade redimida no sangue de Jesus”
(Elena Guerra)
Pensamentos sobre o Espírito Santo e Pentecostes
“Apóstola do Espírito Santo”
"O amor e só o amor faz tudo!"
"O Espírito Santo é a tua vida e tu não podes fazer nada de bom sem Ele."
"É necessário que o Espírito Santo forme em nós o homem novo, portanto precisamos lhe pedir com fervorosas súplicas que nos conceda esta graça; porque sem o Espírito Santo ficaremos sempre como somos!"
"Do Espírito Santo provem às almas todo o auxílio para a sua santificação. Do Espírito Santo procede a graça que faz brotar nos corações a preciosa semente da virtude. É dEle aquele divino fogo do amor que alimenta e faz crescer os bons desejos e os amadurece em obras de perfeição. Procede do Espírito Santo aquele ardor de bem querer que leva a trabalhar com santa generosidade. Do Espírito Santo emana aquela suave caridade que une o coração humano a Deus. Do Espírito Santo vem aquela paz necessária para progredir no bem. Do Espírito Santo provem as consolações que restauram e fortalecem o espírito, o suportam na dor e o impelem aos mais altos empreendimentos."
"A alma necessita do Espírito Santo, sem o qual não se encontra em nós qualquer bem. A santa Igreja adverte-nos que não pode existir nada de inocente no homem que não tenha em si o Espírito Santo. E São Paulo ensina-nos que sem o auxílio do Espírito Santo não podemos sequer invocar o santo Nome de Jesus."
"É o Espírito Santo que faz os santos. Aspirar a tão grande destino e não ser devotos do Espírito Santo é uma contradição."
"Que coisa de melhor para nós do que ser guiados e sustentados pelo Amor?"
"A nossa alma, mesmo quando é ingrata e rebelde, não pode ter melhor amigo do que o Espírito de Deus."
"O Pentecostes recorda aos cristãos a presença contínua do Espírito Santo sobre a terra. Portanto esta solenidade não é só a comemoração de um acontecimento realizado nos tempos passados, mas é a garantia de uma contínua realidade sempre viva entre nós, isto é, a presença do Espírito Santo: dado que Ele está entre nós não menos do que esteve no Cenáculo no dia de Pentecostes, embora esteja inacessível aos nossos sentidos. O Salvador assegura-nos esta presença e permanência."
"As principais disposições para receber o Espírito Santo são quatro:
- desejá-lo e invocá-lo com fervorosa e perseverante oração.
- libertar o coração de todo o afeto que não se dirige para Deus.
- humilhar-se e reconhecer o nosso nada e a necessidade que temos do Divino Mestre.
- prometer-lhe obediência e preparar-se para fazer e sofrer tudo o que agradar a Deus; para que Ele esteja em nós e seja por nós glorificado no tempo e na eternidade."
"Eis os meios principais para que o Espírito Santo habite em nós:
- abandono com docilidade à sua conduta;
- não resistir à luz interior das suas inspirações, mas aceitá-las;
- nunca permitir que as criaturas ocupem sequer uma pequena parte do nosso coração que é o seu templo.
- aproveitar as ocasiões para praticar as virtudes e fazer obras com santo fervor;
- alimentar um fervoroso e constante espírito de oração;
- conservar sempre acesa no coração a chama do amor celestial."
"Deveres que temos para com o Amor Eterno:
- procurar conhecê-lo melhor;
- adorá-lo – agradecê-lo - amá-lo;
- nunca o entristecer – rezar a ele continuamente."
"O Espírito Santo é o Deus de todos; veio, vem e sobrevém para todos a fim que todos não só o conheçam, mas ainda o recebam em si, e sejam cheios dos seus preciosos dons."
"O mistério de Pentecostes é um mistério permanente; o Espírito continua a vir sobre todas as almas que verdadeiramente o desejam."
"Não foi somente sobre os Apóstolos que desceu o Espírito Santo, como mostrou também por meio de sucessivas aparições nos dias que se seguiram a Pentecostes, mas vem para todos os fiéis, em todos os lugares, em qualquer idade, basta que o queiram, que O invoquem, e lhe dêem lugar no próprio coração."
"A solenidade de Pentecostes não é uma simples comemoração de tão grande mistério: é o verdadeiro renovamento porque o mesmo Espírito que visivelmente desceu sobre Igreja nascente, continua a descer invisivelmente sobre os fiéis para acender nos seus corações o fogo do divino Amor."
"No dia de Pentecostes, o Espírito Santo desce como Santificador, e requer um forte desapego dos bens terrenos, como Mestre, portanto escuta-O na solidão, no recolhimento, e como Consolador, mas por isso deves renunciar a tudo o que não é de Deus."
"A vinda do Espírito Santo no Cenáculo foi como o beijo da reconciliação dado por Deus à humanidade, redimida com o Sangue de Jesus Cristo."
"Se o «Vem», aquele abençoado «Vem» que a partir do Cenáculo a santa Igreja não cessou nunca de repetir, se tornasse tão popular com o «Ave»!"
"O que é que pode faltar à alma que pode dizer ao Espírito: «Vem»?"
"Vem! Quer dizer: concede-Te as nós mesmos, ó Espírito Santo: dá – Te a nós! Com o «vem» pedimos mais que uma graça, antes a Fonte das Graças; pedimos o eterno Amor, pedimos Deus! Vem!
Às vezes a devoção ao Espírito Santo não é bem compreendida e poderia haver quem por um «Veni» ou sete «Pater» rezados todos os dias ao Espírito Santo, acredita ser seu devoto, enquanto entretanto não se preocupam de o entristecer levando uma vida tíbia e pecaminosa."
Cristão Maduro na Fé
Os 30 'quês' de uma pessoa madura na fé
Estamos num mundo completamente pluralista
Estamos num mundo completamente pluralista, por isso precisamos nos tornar verdadeiros especialistas em matéria de fé e conversão. Se não for dessa forma, os cristãos “mais ou menos” não vão resistir; daí a necessidade de um amadurecimento real e concreto na fé.
O Projeto Nacional de Evangelização (2004 – 2007) diz que é preciso ter e levar os outros ao encontro pessoal com Jesus, pois só assim vamos nos tornando maduros na fé, que nada mais é do que sermos crianças nas mãos de Deus. Livres da maturidade somente humana que questiona tudo vamos a caminho de sermos verdadeiros cristãos com coluna vertebral.
Textos-base para um aprofundamento e um exame de consciência a respeito da nossa fé: 1 Cor 3, 1-9; Heb 5, 12-14; Ef 4, 11-15.
A pessoa que tem uma fé vivida de forma madura com Deus é uma pessoa:
01 – Que escolhe inteiramente por Deus.
02 – Que sabe discernir a Vontade de Deus.
03 – Que faz a Vontade de Deus até o fim.
04 – Que vive o Evangelho sem questionamentos.
05 – Que é livre em Deus.
06 – Que sabe obedecer.
07 – Que sabe reconhecer os sinais do tempo.
08 – Que vive uma individualidade e não um individualismo.
09 – Que é capaz de viver a alteridade.
10 – Que vive uma fé com obras.
A pessoa que tem uma fé vivida de forma madura com o próximo é uma pessoa:
01 – Que pergunta, sem duvidar do próximo.
02 – Que vive a fé com o próximo.
03 – Que consegue se adaptar com o diferente.
04 – Que se alegra com o crescimento do próximo.
05 – Que reconhece o outro por também ser um filho de Deus.
06 – Que sabe o seu papel na sociedade.
07 – Que contagia o próximo com a santidade.
08 – Que tem como única competição amar mais o próximo.
09 – Que ama com caridade.
10 – Que é original na fé e na opinião.
A pessoa que tem uma fé vivida de forma madura consigo é uma pessoa:
01 – Que tem autonomia na fé.
02 – Que é perseverante, mesmo no sofrimento.
03 – Que se engaja e se compromete.
04 – Que é especialista no que faz.
05 – Que é como para-raios na intercessão.
06 – Que conhece a própria verdade.
07 – Que assume as experiências vividas.
08 – Que sabe receber elogios e também as críticas.
09 – Que sabe falar, mas também escutar.
10 – Que se deixa trabalhar no temperamento pelo Espírito de Deus.
Padre Anderson Marçal Canção Nova
Estamos num mundo completamente pluralista
Estamos num mundo completamente pluralista, por isso precisamos nos tornar verdadeiros especialistas em matéria de fé e conversão. Se não for dessa forma, os cristãos “mais ou menos” não vão resistir; daí a necessidade de um amadurecimento real e concreto na fé.
O Projeto Nacional de Evangelização (2004 – 2007) diz que é preciso ter e levar os outros ao encontro pessoal com Jesus, pois só assim vamos nos tornando maduros na fé, que nada mais é do que sermos crianças nas mãos de Deus. Livres da maturidade somente humana que questiona tudo vamos a caminho de sermos verdadeiros cristãos com coluna vertebral.
Textos-base para um aprofundamento e um exame de consciência a respeito da nossa fé: 1 Cor 3, 1-9; Heb 5, 12-14; Ef 4, 11-15.
A pessoa que tem uma fé vivida de forma madura com Deus é uma pessoa:
01 – Que escolhe inteiramente por Deus.
02 – Que sabe discernir a Vontade de Deus.
03 – Que faz a Vontade de Deus até o fim.
04 – Que vive o Evangelho sem questionamentos.
05 – Que é livre em Deus.
06 – Que sabe obedecer.
07 – Que sabe reconhecer os sinais do tempo.
08 – Que vive uma individualidade e não um individualismo.
09 – Que é capaz de viver a alteridade.
10 – Que vive uma fé com obras.
A pessoa que tem uma fé vivida de forma madura com o próximo é uma pessoa:
01 – Que pergunta, sem duvidar do próximo.
02 – Que vive a fé com o próximo.
03 – Que consegue se adaptar com o diferente.
04 – Que se alegra com o crescimento do próximo.
05 – Que reconhece o outro por também ser um filho de Deus.
06 – Que sabe o seu papel na sociedade.
07 – Que contagia o próximo com a santidade.
08 – Que tem como única competição amar mais o próximo.
09 – Que ama com caridade.
10 – Que é original na fé e na opinião.
A pessoa que tem uma fé vivida de forma madura consigo é uma pessoa:
01 – Que tem autonomia na fé.
02 – Que é perseverante, mesmo no sofrimento.
03 – Que se engaja e se compromete.
04 – Que é especialista no que faz.
05 – Que é como para-raios na intercessão.
06 – Que conhece a própria verdade.
07 – Que assume as experiências vividas.
08 – Que sabe receber elogios e também as críticas.
09 – Que sabe falar, mas também escutar.
10 – Que se deixa trabalhar no temperamento pelo Espírito de Deus.
Padre Anderson Marçal Canção Nova
O Segredo para chegar a Santidade
O GRANDE SEGREDO PARA SE CHEGAR A SANTIDADE
INTRODUÇÃO
O Segredo e suas condições
1 - Eis aqui, ó alma predestinada, um segredo que o Altíssimo me confiou e que não pude encontrar em nenhum livro, antigo ou novo. Pelo Espírito Santo eu o confio a ti, contanto:
— que o não comuniques senão às pessoas que o mereçam — por suas orações, esmolas, mortificações, pelas perseguições sofridas, pelo seu zelo na salvação das almas e pelo seu desprendimento;
— que te sirvas dele para te tornares santa e celeste, por isso que só será grande este segredo para os que dele se utilizarem. Toma cuidado em não ficares de braços cruzados, sem trabalho; destarte meu segredo te serviria de veneno e seria a tua condenação;
— que todos os dias de tua vida agradeças a Deus o privilégio que te concedeu ensinando-te um segredo que não mereces conhecer. À medida que dele te servires nas ações ordinárias da vida. Avaliarás então o preço e a excelência que, a princípio, por causa da multidão e da gravidade dos teus pecados, dos apegos secretos à própria pessoa, só muito imperfeitamente conhecias.
A preparação para recebê-lo
2- Antes de prosseguir, desejoso desse desejo diligente e natural de conhecer a verdade, reza devotamente, de joelhos, a Ave Maria, a Maris Stella e o Veni, Creator, pedindo a Deus a graça de compreender e saborear este mistério divino.
PAPEL DE MARIA EM NOSSA SANTIFICAÇÃO
A NECESSIDADE DE NOS SANTIFICARMOS POR MARIA
É da vontade de Deus a nossa santificação; é necessária, portanto...
3 - Imagem viva de Deus, resgatada pelo Sangue precioso de Jesus Cristo, a vontade divina em relação a ti, ó alma, é que te tornes santa como Deus nesta vida e gloriosa como Ele na outra.
Tua vocação, sem dúvida alguma, é a aquisição da própria santidade de Deus; para este objetivo é que devem tender todos os teus pensamentos todas as tuas palavras, ações e sofrimentos, todos os movimentos de tua vida; do contrário resistirás a Deus, deixando de fazer aquilo para que te criou e conserva atualmente.
Que obra admirável! A imundície em pureza! A criatura no Criador! O homem em Deus! Obra admirável! Eu o repito; mas de si mesma difícil e absolutamente impossível à natureza; só Deus, por uma graça, e graça abundante e extraordinária, o poderá conseguir; mesmo porque nem a criação de todo o Universo se lhe pode comparar.
Nossa santificação exige a prática da virtude.
4 - Como farás, ó alma? Quais os meios que escolherás para subir aonde Deus te chama? Os meios de salvação e de santificação, conhecidos de todos, indicados no Evangelho explicados pelos mestres da vida espiritual, e praticados pelos santos, são necessários aos que se querem salvar e atingir a perfeição: a humildade de coração, a oração contínua, o abandono à Divina Providência, a conformidade com a vontade de Deus.
Para a prática da virtude necessitamos da graça de Deus.
5 - Para que bem nos utilizemos todos esses meios de salvação e de santificação, mister se nos faz o socorro e a graça de Deus, graça que, em maior ou menos grau, é a todos concedida; ninguém o duvide. Em maior ou menor grau, digo eu, porque Deus, ainda que infinitamente bom, não concede sua graça de modo igual a todos, muito embora de a todos a graça suficiente. A alma fiel a uma grande graça, pratica uma grande ação; com uma graça menor, pratica uma ação menor. O preço e a excelência da graça, dada por Deus e correspondida pela alma, fazem o preço e a excelência de nossas ações. São incontestáveis esses princípios.
Para achar a graça de Deus é necessário encontrar Maria.
6 - Tudo enfim se reduz a encontrar-se um meio fácil de obter de Deus a graça necessária para a santificação; é o que te quero ensinar. Asseguro-te, porém que para achar a graça de Deus é necessário encontrar Maria.
PORQUE MARIA NOS É NECESSÁRIA
Porque somente Maria encontrou graça diante de Deus.
7 - 1º) Somente Maria achou graça diante de Deus, tanto para si como para cada homem em particular. Os Patriarcas e os Profetas, todos os Santos da antiga lei não puderam encontrar essa graça.
Porque somente Maria é Mãe da graça.
8 - 2º) Por isso que Maria foi quem deu o ser a vida ao Autor de toda graça, é que a chamamos Mãe da graça, Mater gratiae.
Porque somente Maria possui, depois de Jesus, a plenitude da graça.
9 - 3º) Deus pai, de quem procedem, como de sua fonte essencial, todo dom perfeito e toda graça, deu-lhe todas as suas graças; de modo que a vontade de Deus, como diz S.Bernardo, lhe é dada nele e com ele.
Porque somente Maria é a tesoureira de todas as graças de Jesus.
10 - 4º) Deus a escolheu para tesoureira, ecônoma e dispensadora de todas as suas graças; de sorte que todas as suas graças e todos os seus dons passam por suas mãos; e segundo o poder que Ela recebeu, como diz São Bernardino, Ela distribui a quem quer, como quer, quando quer e quanto quer, as graças do Pai Eterno, as virtudes de Jesus Cristo e os dons do Espírito Santo.
Porque para ter Deus por Pai, é necessário ter Maria por Mãe.
11 - 5º) Assim como, na ordem natural, uma criança tem que ter um pai e uma mãe, da mesma maneira na ordem da graça é preciso que um verdadeiro filho da Igreja tenha a Deus por pai e Maria por mãe; e si se gloria de ter a Deus por pai, não tendo por Maria a ternura de um verdadeiro filho, é um enganador que só tem por pai ao demônio.
Porque os membros de Jesus devem ser formados pela Mãe de Jesus.
12 - 6º) Desde que Maria formou o Chefe dos predestinados, que é Jesus Cristo, a Ela também compete formar os membros desse Chefe, que são os verdadeiros Cristãos; pois uma mãe não forma a cabeça sem os membros, nem os membros sem a cabeça. Quem quiser, pois, ser membro de Jesus Cristo, cheio de graça e de verdade, deve ser formado em Maria por meio da graça de Jesus Cristo, que nela reside em toda a plenitude, para ser plenamente comunicada aos verdadeiros membros de Jesus Cristo e aos seus verdadeiros filhos.
Porque é por Maria que o Espírito Santo produz os predestinados.
13 - 7º) Havendo o Espírito Santo desposado Maria, e tendo produzido nela, por ela e dela a Jesus Cristo, essa obra prima que é o Verbo encarnado; e como nunca a repudiou, continua a produzir todos os dias nela e por Ela de uma maneira misteriosa, porém verdadeira, os predestinados.
Porque é Maria que está encarregada de alimentar as almas, e de fazê-las crescer em Deus.
14 - 8º) Maria recebeu de Deus um domínio particular sobre as almas para nutri-las e as fazer crescer em Deus. Santo Agostinho diz mesmo que neste mundo os predestinados são todos encerrados no seio de Maria, e que não nascem senão quando essa boa Mãe os gera para a vida eterna. Por conseguinte, como a criança tira todo o alimento de sua mãe, que o dá proporcionado à sua fraqueza, da mesma maneira os predestinados tiram todo o alimento espiritual e toda a sua força de Maria.
Porque Maria deve habitar nos predestinados.
15 - 9º) Foi a Maria que Deus Pai disse: In Jacob inhabita: Minha filha, habita em Jacó. Foi a Maria que Deus Filho disse: In Israel Haereditare: Minha querida Mãe, tende vossa herança em Israel, quer dizer, nos predestinados. Enfim, foi a Maria que o Espírito Santo disse: In electis meis mitte radices: Lançai, minha Esposa fiel, raízes em meus eleitos. Todo aquele, pois, que é eleito e predestinado tem a Ssma. Virgem habitando em si, quer dizer, em sua alma, e aí a deixa lançar raízes de profunda humildade, de ardente caridade e de todas as virtudes.
Porque Maria é o “molde vivo” de Deus e dos Santos.
16 - Maria é chamada por Sto. Agostinho, e é, com efeito, o molde vivo de Deus, forma Dei, o que quer dizer que foi nela somente que Deus feito homem foi formado ao natural, sem que lhe falte nenhum traço da Divindade; e é também somente nela que o homem pode ser formado em Deus ao natural, tanto quanto a natureza humana é disso capaz, pela graça de Jesus Cristo.
Um escultor pode fazer uma figura ou um retrato ao natural de duas maneiras:
1º) servindo-se de seu engenho, de sua fora, de sua ciência e dos instrumentos adequados para fazer essa figura de uma matéria dura e informe;
2º) pode lançá-lo numa forma. A primeira é demorada e difícil, e sujeita a muitos acidentes: muitas vezes basta um golpe de cinzel ou de martelo mal dado para estragar toda a obra. A segunda é rápida, fácil e suave, quase sem trabalho e sem esforço, contanto que o molde seja perfeito e reproduza o original, e que a matéria de que se serve, fácil de se manipular, não resista de maneira alguma à sua mão.
Molde perfeito em si mesmo, e que nos torna perfeitos em Jesus Cristo.
17 - Maria é o grande molde de Deus, feito pelo Espírito Santo, para formar ao natural um Homem-Deus pela união hipotética, e para formar um homem Deus pela graça. Não falta a este molde nenhum traço da divindade; quem quer que nele se deixe manejar, nele recebe todos os traços de Jesus Cristo (1), verdadeiro Deus, duma maneira suave, proporcionada à fraqueza humana, sem muito trabalho e agonia; duma maneira segura, sem temor de ilusão, pois o demônio nunca teve e jamais terá acesso até Maria, santa e imaculada, sem sombra da menor mancha de pecado.
De uma maneira pura e divina.
18 - Ó! Alma querida, que diferença entre uma alma formada em Jesus Cristo pelos caminhos comuns dos que, como os escultores, se fiam na própria habilidade e se apóiam em seu engenho, e uma alma bem manejável, bem desligada, bem fundida, e a qual, sem nenhum apoio em si mesma, se lança em Maria, e aí se deixa manejar pela operação do Espírito Santo! Quantas manchas, quantos defeitos, quantas trevas, quantas ilusões, quanto da natureza, quanto de humano na primeira alma; e como a outra é pura, divina e semelhante a Jesus Cristo!
Porque Maria é o Paraíso e o mundo de Deus.
19 - Absolutamente não há nem haverá jamais criatura na qual Deus seja maior, fora de si mesmo, do que na divina Maria, sem excetuar nem mesmo os Bem-aventurados, os Querubins, os mais altos Serafins, no próprio Paraíso. Maria é o Paraíso de Deus e o seu mundo inefável, no qual o Filho de Deus entrou para nele operar maravilhas, para guardá-lo e nele se comprazer. Ele fez este mundo para o homem peregrino; fez um mundo para o homem bem-aventurado, o Paraíso; fez, porém, um outro para si, a que deu o nome de Maria; mundo desconhecido de quase todos os mortais cá na terra, e incompreensível a todos os Anjos e Bem-aventurados, lá no céu, e que admirados de ver a Deus tão elevado e tão elevado e tão recuado de todos eles, tão separado e tão oculto em seu mundo, que é a divina Maria, exclamam dia e noite: Santo, Santo, Santo!
Para no qual o Espírito Santo faz entrar nossa alma para aí encontrar a Deus.
20 - Feliz, mil vezes feliz a alma, aqui em baixo, à qual o Espírito Santo revela o segredo de Maria, para conhecê-lo; e à qual ele abre esse jardim fechado, para aí penetrar; esta fonte selada, para dela tirar e beber a grandes sorvos a água viva da graça! Esta alma achará somente Deus, sem criatura, nesta admirável criatura; porém Deus ao mesmo tempo infinitamente santo e elevado, infinitamente condescendente e proporcionado à fraqueza dela. Desde que Deus está em toda parte, pode-se achar em toda parte, mesmo no inferno; porém não há lugar algum onde a criatura o possa achar mais próximo de si e mais proporcionado à sua fraqueza do que em Maria, pois que foi para isso que ELE aí desceu. Em todas as outras partes ele é o Pão dos fortes e dos Anjos; mas em Maria, ele é o Pão das crianças.
Porque Maria, longe de ser um obstáculo, lança as almas em Deus e uni-as a Ele.
21 - Que ninguém pense, com alguns falsos iluminados, que Maria, como criatura, seja um empecilho à união com o Criador; não é mais Maria que vive, é somente Jesus Cristo, é somente Deus que vive nela. Sua transformação em Deus ultrapassa mais ainda a de São Paulo e dos outros Santos, mais do que o Céu ultrapassa a terra em elevação. Maria não é feita senão para Deus, e basta que Ela prenda uma alma a si própria, que, ao contrário logo a lança em Deus e a une a Ele com tanto maior perfeição quanto mais a alma se una a Ela: Maria é o eco de Deus, que não responde senão Deus, quando se lhe grita: Maria; que não glorifica senão a Deus, quando com Santa Isabel, a chamamos bem-aventurada.
CONCLUSÃO.
Para tornar-se santo, é preciso, pois, encontrar Maria, a Medianeira das graças, e isto por uma “verdadeira devoção à Santa Virgem”.
23 - A dificuldade está, portanto, em saber encontrar verdadeiramente a divina Maria para encontrar toda graça abundante: Deus, sendo senhor absoluto, pode comunicar por si mesmo o que ordinariamente não comunica senão por Maria, não se pode negar, sem temeridade, que não o faça algumas vezes: (1) no entanto, segundo a ordem que a divina sabedoria estabeleceu, ele não se comunica aos homens na ordem da graça senão por Maria, como diz São Tomás. É necessário, para subir e unir-se a ele usar o mesmo meio de que ele se serviu para descer a nós, para se fazer homem e nos comunicar suas graças: e esse meio é uma verdadeira devoção à Santíssima Virgem.
INTRODUÇÃO
O Segredo e suas condições
1 - Eis aqui, ó alma predestinada, um segredo que o Altíssimo me confiou e que não pude encontrar em nenhum livro, antigo ou novo. Pelo Espírito Santo eu o confio a ti, contanto:
— que o não comuniques senão às pessoas que o mereçam — por suas orações, esmolas, mortificações, pelas perseguições sofridas, pelo seu zelo na salvação das almas e pelo seu desprendimento;
— que te sirvas dele para te tornares santa e celeste, por isso que só será grande este segredo para os que dele se utilizarem. Toma cuidado em não ficares de braços cruzados, sem trabalho; destarte meu segredo te serviria de veneno e seria a tua condenação;
— que todos os dias de tua vida agradeças a Deus o privilégio que te concedeu ensinando-te um segredo que não mereces conhecer. À medida que dele te servires nas ações ordinárias da vida. Avaliarás então o preço e a excelência que, a princípio, por causa da multidão e da gravidade dos teus pecados, dos apegos secretos à própria pessoa, só muito imperfeitamente conhecias.
A preparação para recebê-lo
2- Antes de prosseguir, desejoso desse desejo diligente e natural de conhecer a verdade, reza devotamente, de joelhos, a Ave Maria, a Maris Stella e o Veni, Creator, pedindo a Deus a graça de compreender e saborear este mistério divino.
PAPEL DE MARIA EM NOSSA SANTIFICAÇÃO
A NECESSIDADE DE NOS SANTIFICARMOS POR MARIA
É da vontade de Deus a nossa santificação; é necessária, portanto...
3 - Imagem viva de Deus, resgatada pelo Sangue precioso de Jesus Cristo, a vontade divina em relação a ti, ó alma, é que te tornes santa como Deus nesta vida e gloriosa como Ele na outra.
Tua vocação, sem dúvida alguma, é a aquisição da própria santidade de Deus; para este objetivo é que devem tender todos os teus pensamentos todas as tuas palavras, ações e sofrimentos, todos os movimentos de tua vida; do contrário resistirás a Deus, deixando de fazer aquilo para que te criou e conserva atualmente.
Que obra admirável! A imundície em pureza! A criatura no Criador! O homem em Deus! Obra admirável! Eu o repito; mas de si mesma difícil e absolutamente impossível à natureza; só Deus, por uma graça, e graça abundante e extraordinária, o poderá conseguir; mesmo porque nem a criação de todo o Universo se lhe pode comparar.
Nossa santificação exige a prática da virtude.
4 - Como farás, ó alma? Quais os meios que escolherás para subir aonde Deus te chama? Os meios de salvação e de santificação, conhecidos de todos, indicados no Evangelho explicados pelos mestres da vida espiritual, e praticados pelos santos, são necessários aos que se querem salvar e atingir a perfeição: a humildade de coração, a oração contínua, o abandono à Divina Providência, a conformidade com a vontade de Deus.
Para a prática da virtude necessitamos da graça de Deus.
5 - Para que bem nos utilizemos todos esses meios de salvação e de santificação, mister se nos faz o socorro e a graça de Deus, graça que, em maior ou menos grau, é a todos concedida; ninguém o duvide. Em maior ou menor grau, digo eu, porque Deus, ainda que infinitamente bom, não concede sua graça de modo igual a todos, muito embora de a todos a graça suficiente. A alma fiel a uma grande graça, pratica uma grande ação; com uma graça menor, pratica uma ação menor. O preço e a excelência da graça, dada por Deus e correspondida pela alma, fazem o preço e a excelência de nossas ações. São incontestáveis esses princípios.
Para achar a graça de Deus é necessário encontrar Maria.
6 - Tudo enfim se reduz a encontrar-se um meio fácil de obter de Deus a graça necessária para a santificação; é o que te quero ensinar. Asseguro-te, porém que para achar a graça de Deus é necessário encontrar Maria.
PORQUE MARIA NOS É NECESSÁRIA
Porque somente Maria encontrou graça diante de Deus.
7 - 1º) Somente Maria achou graça diante de Deus, tanto para si como para cada homem em particular. Os Patriarcas e os Profetas, todos os Santos da antiga lei não puderam encontrar essa graça.
Porque somente Maria é Mãe da graça.
8 - 2º) Por isso que Maria foi quem deu o ser a vida ao Autor de toda graça, é que a chamamos Mãe da graça, Mater gratiae.
Porque somente Maria possui, depois de Jesus, a plenitude da graça.
9 - 3º) Deus pai, de quem procedem, como de sua fonte essencial, todo dom perfeito e toda graça, deu-lhe todas as suas graças; de modo que a vontade de Deus, como diz S.Bernardo, lhe é dada nele e com ele.
Porque somente Maria é a tesoureira de todas as graças de Jesus.
10 - 4º) Deus a escolheu para tesoureira, ecônoma e dispensadora de todas as suas graças; de sorte que todas as suas graças e todos os seus dons passam por suas mãos; e segundo o poder que Ela recebeu, como diz São Bernardino, Ela distribui a quem quer, como quer, quando quer e quanto quer, as graças do Pai Eterno, as virtudes de Jesus Cristo e os dons do Espírito Santo.
Porque para ter Deus por Pai, é necessário ter Maria por Mãe.
11 - 5º) Assim como, na ordem natural, uma criança tem que ter um pai e uma mãe, da mesma maneira na ordem da graça é preciso que um verdadeiro filho da Igreja tenha a Deus por pai e Maria por mãe; e si se gloria de ter a Deus por pai, não tendo por Maria a ternura de um verdadeiro filho, é um enganador que só tem por pai ao demônio.
Porque os membros de Jesus devem ser formados pela Mãe de Jesus.
12 - 6º) Desde que Maria formou o Chefe dos predestinados, que é Jesus Cristo, a Ela também compete formar os membros desse Chefe, que são os verdadeiros Cristãos; pois uma mãe não forma a cabeça sem os membros, nem os membros sem a cabeça. Quem quiser, pois, ser membro de Jesus Cristo, cheio de graça e de verdade, deve ser formado em Maria por meio da graça de Jesus Cristo, que nela reside em toda a plenitude, para ser plenamente comunicada aos verdadeiros membros de Jesus Cristo e aos seus verdadeiros filhos.
Porque é por Maria que o Espírito Santo produz os predestinados.
13 - 7º) Havendo o Espírito Santo desposado Maria, e tendo produzido nela, por ela e dela a Jesus Cristo, essa obra prima que é o Verbo encarnado; e como nunca a repudiou, continua a produzir todos os dias nela e por Ela de uma maneira misteriosa, porém verdadeira, os predestinados.
Porque é Maria que está encarregada de alimentar as almas, e de fazê-las crescer em Deus.
14 - 8º) Maria recebeu de Deus um domínio particular sobre as almas para nutri-las e as fazer crescer em Deus. Santo Agostinho diz mesmo que neste mundo os predestinados são todos encerrados no seio de Maria, e que não nascem senão quando essa boa Mãe os gera para a vida eterna. Por conseguinte, como a criança tira todo o alimento de sua mãe, que o dá proporcionado à sua fraqueza, da mesma maneira os predestinados tiram todo o alimento espiritual e toda a sua força de Maria.
Porque Maria deve habitar nos predestinados.
15 - 9º) Foi a Maria que Deus Pai disse: In Jacob inhabita: Minha filha, habita em Jacó. Foi a Maria que Deus Filho disse: In Israel Haereditare: Minha querida Mãe, tende vossa herança em Israel, quer dizer, nos predestinados. Enfim, foi a Maria que o Espírito Santo disse: In electis meis mitte radices: Lançai, minha Esposa fiel, raízes em meus eleitos. Todo aquele, pois, que é eleito e predestinado tem a Ssma. Virgem habitando em si, quer dizer, em sua alma, e aí a deixa lançar raízes de profunda humildade, de ardente caridade e de todas as virtudes.
Porque Maria é o “molde vivo” de Deus e dos Santos.
16 - Maria é chamada por Sto. Agostinho, e é, com efeito, o molde vivo de Deus, forma Dei, o que quer dizer que foi nela somente que Deus feito homem foi formado ao natural, sem que lhe falte nenhum traço da Divindade; e é também somente nela que o homem pode ser formado em Deus ao natural, tanto quanto a natureza humana é disso capaz, pela graça de Jesus Cristo.
Um escultor pode fazer uma figura ou um retrato ao natural de duas maneiras:
1º) servindo-se de seu engenho, de sua fora, de sua ciência e dos instrumentos adequados para fazer essa figura de uma matéria dura e informe;
2º) pode lançá-lo numa forma. A primeira é demorada e difícil, e sujeita a muitos acidentes: muitas vezes basta um golpe de cinzel ou de martelo mal dado para estragar toda a obra. A segunda é rápida, fácil e suave, quase sem trabalho e sem esforço, contanto que o molde seja perfeito e reproduza o original, e que a matéria de que se serve, fácil de se manipular, não resista de maneira alguma à sua mão.
Molde perfeito em si mesmo, e que nos torna perfeitos em Jesus Cristo.
17 - Maria é o grande molde de Deus, feito pelo Espírito Santo, para formar ao natural um Homem-Deus pela união hipotética, e para formar um homem Deus pela graça. Não falta a este molde nenhum traço da divindade; quem quer que nele se deixe manejar, nele recebe todos os traços de Jesus Cristo (1), verdadeiro Deus, duma maneira suave, proporcionada à fraqueza humana, sem muito trabalho e agonia; duma maneira segura, sem temor de ilusão, pois o demônio nunca teve e jamais terá acesso até Maria, santa e imaculada, sem sombra da menor mancha de pecado.
De uma maneira pura e divina.
18 - Ó! Alma querida, que diferença entre uma alma formada em Jesus Cristo pelos caminhos comuns dos que, como os escultores, se fiam na própria habilidade e se apóiam em seu engenho, e uma alma bem manejável, bem desligada, bem fundida, e a qual, sem nenhum apoio em si mesma, se lança em Maria, e aí se deixa manejar pela operação do Espírito Santo! Quantas manchas, quantos defeitos, quantas trevas, quantas ilusões, quanto da natureza, quanto de humano na primeira alma; e como a outra é pura, divina e semelhante a Jesus Cristo!
Porque Maria é o Paraíso e o mundo de Deus.
19 - Absolutamente não há nem haverá jamais criatura na qual Deus seja maior, fora de si mesmo, do que na divina Maria, sem excetuar nem mesmo os Bem-aventurados, os Querubins, os mais altos Serafins, no próprio Paraíso. Maria é o Paraíso de Deus e o seu mundo inefável, no qual o Filho de Deus entrou para nele operar maravilhas, para guardá-lo e nele se comprazer. Ele fez este mundo para o homem peregrino; fez um mundo para o homem bem-aventurado, o Paraíso; fez, porém, um outro para si, a que deu o nome de Maria; mundo desconhecido de quase todos os mortais cá na terra, e incompreensível a todos os Anjos e Bem-aventurados, lá no céu, e que admirados de ver a Deus tão elevado e tão elevado e tão recuado de todos eles, tão separado e tão oculto em seu mundo, que é a divina Maria, exclamam dia e noite: Santo, Santo, Santo!
Para no qual o Espírito Santo faz entrar nossa alma para aí encontrar a Deus.
20 - Feliz, mil vezes feliz a alma, aqui em baixo, à qual o Espírito Santo revela o segredo de Maria, para conhecê-lo; e à qual ele abre esse jardim fechado, para aí penetrar; esta fonte selada, para dela tirar e beber a grandes sorvos a água viva da graça! Esta alma achará somente Deus, sem criatura, nesta admirável criatura; porém Deus ao mesmo tempo infinitamente santo e elevado, infinitamente condescendente e proporcionado à fraqueza dela. Desde que Deus está em toda parte, pode-se achar em toda parte, mesmo no inferno; porém não há lugar algum onde a criatura o possa achar mais próximo de si e mais proporcionado à sua fraqueza do que em Maria, pois que foi para isso que ELE aí desceu. Em todas as outras partes ele é o Pão dos fortes e dos Anjos; mas em Maria, ele é o Pão das crianças.
Porque Maria, longe de ser um obstáculo, lança as almas em Deus e uni-as a Ele.
21 - Que ninguém pense, com alguns falsos iluminados, que Maria, como criatura, seja um empecilho à união com o Criador; não é mais Maria que vive, é somente Jesus Cristo, é somente Deus que vive nela. Sua transformação em Deus ultrapassa mais ainda a de São Paulo e dos outros Santos, mais do que o Céu ultrapassa a terra em elevação. Maria não é feita senão para Deus, e basta que Ela prenda uma alma a si própria, que, ao contrário logo a lança em Deus e a une a Ele com tanto maior perfeição quanto mais a alma se una a Ela: Maria é o eco de Deus, que não responde senão Deus, quando se lhe grita: Maria; que não glorifica senão a Deus, quando com Santa Isabel, a chamamos bem-aventurada.
CONCLUSÃO.
Para tornar-se santo, é preciso, pois, encontrar Maria, a Medianeira das graças, e isto por uma “verdadeira devoção à Santa Virgem”.
23 - A dificuldade está, portanto, em saber encontrar verdadeiramente a divina Maria para encontrar toda graça abundante: Deus, sendo senhor absoluto, pode comunicar por si mesmo o que ordinariamente não comunica senão por Maria, não se pode negar, sem temeridade, que não o faça algumas vezes: (1) no entanto, segundo a ordem que a divina sabedoria estabeleceu, ele não se comunica aos homens na ordem da graça senão por Maria, como diz São Tomás. É necessário, para subir e unir-se a ele usar o mesmo meio de que ele se serviu para descer a nós, para se fazer homem e nos comunicar suas graças: e esse meio é uma verdadeira devoção à Santíssima Virgem.
As Promessas da Santíssima Virgem Maria
AS PROMESSAS DE NOSSA SENHORA PARA QUEM REZAR O ROSÁRIO
"O Rosário é a oração preferida de nossa Mãe, a meditação dos mistérios, os louvores à Beatíssima Trindade e a constante invocação à Mãe de Deus, é um contínuo ato de fé, de esperança e de amor.
Às vezes, quando procuramos difundir a recitação do terço, como forma de manter diariamente um trato de intimidade com Maria, deparamos com pessoas, mesmo de boa vontade, que se desculpam, dizendo que se distraem com freqüência e que "se é para rezá-lo mal. é melhor não rezá-lo, ou algo semelhante". É um terrível engano, "pois já ensinava o Papa João XXIII, que o pior terço é aquele que não se reza". Nós podemos dizer aos nossos amigos que, ao invés de abandoná-lo, devem compreender que é mais grato à Virgem Maria procurar rezá-lo da melhor forma possível, ainda que se tenham distrações".
Com muita segurança aconselhamos todos a reza do terço, "bendita monotonia de ave-marias, que purifica a monotonia de nossos pecados"
Pe. Basílio - Piracema - MG
AS PROMESSAS
Falando sobre o Rosário, o Papa João Paulo II disse: "O Rosário é minha oração predileta, oração maravilhosa!". Nossa Senhora, em todas as aparições aprovadas pela Igreja, como as de Fátima, Lourdes e tantas outras, vem pedindo a reza do Rosário:
"Apeguem-se ao Rosário. Somente o Rosário pode fazer milagres no mundo e em suas vidas".
"A vossa força será a oração. Rezai o Terço todos os dias e espalhai-o, para que o mundo se converta e tenha paz"
A quem realiza os seus desejos Ela oferece valiosas promessas, que foram confiadas a S. Domingos e ao bem-aventurado Alan de La Roche.
Tais promessas foram confiadas a São Domingos de Gusmão e ao bem aventurado Alan de La Roche. Elas não são poucas, meu irmão, minha irmã. Estão ao seu dispor, à hora que você desejar recebê-las. É somente começar a desfiar as contas de seu Rosário, com fé, confiança e amor de filho à Mãe Celestial.
Uma delas é destinada especialmente aos filhos que divulgarem tão maravilhosa devoção. Vamos elencá-las:
PRIMEIRA PROMESSA
"A todos os que rezarem, com constância, o meu Rosário, receberão graças especiais"
SEGUNDA PROMESSA
"Aos que rezarem devotamente o meu Rosário, prometo minha especial proteção e as grandes graças."
TERCEIRA PROMESSA
"Os devotos do meu Rosário serão dotados de uma armadura poderosa contra o inferno, pois conseguirão destruir o vício, o pecado, as heresias."
QUARTA PROMESSA
"Aos que rezarem devotamente o meu Rosário, prometo minha especial proteção e as grandes graças."
QUINTA PROMESSA
"Toda alma que recorre a mim, através da oração do Rosário, jamais será condenada."
SEXTA PROMESSA
"Todo aquele que rezar devotamente o Rosário e aplicar-se na contemplação dos mistérios da redenção, não será atingido por desgraças; não será objeto da justiça divina, através de castigos e não morrerá impenitente. Se for justo, permanecerá como tal até a morte."
SÉTIMA PROMESSA
"Os que realmente se devotarem à prática da oração do Rosário, não morrerão sem receber os sacramentos."
OITAVA PROMESSA
"Todos aqueles que rezarem com fidelidade o meu Rosário, terão durante a vida e no instante da morte a plenitude das graças e serão favorecidos com os méritos dos santos."
NONA PROMESSA
"Os devotos do meu santo Rosário que forem para o Purgatório, eu os libertarei no mesmo dia."
DÉCIMA PROMESSA
"Os devotos do meu Rosário terão grande glória no Céu."
DÉCIMA PRIMEIRA PROMESSA
"Tudo o que os meus fiéis devotos pedirem, através do meu Rosário, será concedido."
DÉCIMA SEGUNDA PROMESSA
"Aos missionários do meu santo Rosário prometo o meu auxílio em todas as suas necessidades ."
DÉCIMA TERCEIRA PROMESSA
"Para todos os devotos do meu Rosário, eu consegui de meu Filho, a intercessão de toda a corte celeste, na vida e na morte."
DÉCIMA QUARTA PROMESSA
"Todos os que rezam o meu Rosário são meus filhos e irmãos de Jesus, meu unigênito."
DÉCIMA QUINTA PROMESSA
"A devoção ao meu Rosário é grande sinal de predestinação*."
* "Predestinação"(predestinados à salvação)
"
Estão aqui, querido leitor, as promessas do céu. Use e abuse! Elas são destinadas a você. São verdadeiras. "Temos o testemunho de vida de muitos santos que praticaram esta espiritualidade e que, sem dúvida, muito contribuiu para a santidade a que chegaram".
Você também pode ser santo! Depende única e exclusivamente de você. Comece hoje a reza do Rosário, ou, se não dispuser de tempo para tal, reza o Terço. É muito salutar!
Oração a Nossa Senhora do Rosário
Nossa Senhora do Rosário, intercedei em favor de todos os filhos de Deus para que, pela oração do Santo Rosário, meditando os santos mistérios do nascimento, da vida, morte e ressurreição de Jesus, com a recitação das Ave-Marias, possamos como discípulos de teu Filho, proclamar a Boa Nova do Reino do Pai; vencer todos os males e todos os pecados, e chegar um dia, pela paixão e cruz de Cristo, à glória da ressurreição. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.
"O Terço é a minha oração predileta. A todos, exorto, cordialmente, que o rezem".
João Paulo II
Feliz o lar cristão que reza piedosamente o Terço. Nossa Senhora não pode deixar de amar, proteger e abençoar esta família.
"O Rosário é a oração preferida de nossa Mãe, a meditação dos mistérios, os louvores à Beatíssima Trindade e a constante invocação à Mãe de Deus, é um contínuo ato de fé, de esperança e de amor.
Às vezes, quando procuramos difundir a recitação do terço, como forma de manter diariamente um trato de intimidade com Maria, deparamos com pessoas, mesmo de boa vontade, que se desculpam, dizendo que se distraem com freqüência e que "se é para rezá-lo mal. é melhor não rezá-lo, ou algo semelhante". É um terrível engano, "pois já ensinava o Papa João XXIII, que o pior terço é aquele que não se reza". Nós podemos dizer aos nossos amigos que, ao invés de abandoná-lo, devem compreender que é mais grato à Virgem Maria procurar rezá-lo da melhor forma possível, ainda que se tenham distrações".
Com muita segurança aconselhamos todos a reza do terço, "bendita monotonia de ave-marias, que purifica a monotonia de nossos pecados"
Pe. Basílio - Piracema - MG
AS PROMESSAS
Falando sobre o Rosário, o Papa João Paulo II disse: "O Rosário é minha oração predileta, oração maravilhosa!". Nossa Senhora, em todas as aparições aprovadas pela Igreja, como as de Fátima, Lourdes e tantas outras, vem pedindo a reza do Rosário:
"Apeguem-se ao Rosário. Somente o Rosário pode fazer milagres no mundo e em suas vidas".
"A vossa força será a oração. Rezai o Terço todos os dias e espalhai-o, para que o mundo se converta e tenha paz"
A quem realiza os seus desejos Ela oferece valiosas promessas, que foram confiadas a S. Domingos e ao bem-aventurado Alan de La Roche.
Tais promessas foram confiadas a São Domingos de Gusmão e ao bem aventurado Alan de La Roche. Elas não são poucas, meu irmão, minha irmã. Estão ao seu dispor, à hora que você desejar recebê-las. É somente começar a desfiar as contas de seu Rosário, com fé, confiança e amor de filho à Mãe Celestial.
Uma delas é destinada especialmente aos filhos que divulgarem tão maravilhosa devoção. Vamos elencá-las:
PRIMEIRA PROMESSA
"A todos os que rezarem, com constância, o meu Rosário, receberão graças especiais"
SEGUNDA PROMESSA
"Aos que rezarem devotamente o meu Rosário, prometo minha especial proteção e as grandes graças."
TERCEIRA PROMESSA
"Os devotos do meu Rosário serão dotados de uma armadura poderosa contra o inferno, pois conseguirão destruir o vício, o pecado, as heresias."
QUARTA PROMESSA
"Aos que rezarem devotamente o meu Rosário, prometo minha especial proteção e as grandes graças."
QUINTA PROMESSA
"Toda alma que recorre a mim, através da oração do Rosário, jamais será condenada."
SEXTA PROMESSA
"Todo aquele que rezar devotamente o Rosário e aplicar-se na contemplação dos mistérios da redenção, não será atingido por desgraças; não será objeto da justiça divina, através de castigos e não morrerá impenitente. Se for justo, permanecerá como tal até a morte."
SÉTIMA PROMESSA
"Os que realmente se devotarem à prática da oração do Rosário, não morrerão sem receber os sacramentos."
OITAVA PROMESSA
"Todos aqueles que rezarem com fidelidade o meu Rosário, terão durante a vida e no instante da morte a plenitude das graças e serão favorecidos com os méritos dos santos."
NONA PROMESSA
"Os devotos do meu santo Rosário que forem para o Purgatório, eu os libertarei no mesmo dia."
DÉCIMA PROMESSA
"Os devotos do meu Rosário terão grande glória no Céu."
DÉCIMA PRIMEIRA PROMESSA
"Tudo o que os meus fiéis devotos pedirem, através do meu Rosário, será concedido."
DÉCIMA SEGUNDA PROMESSA
"Aos missionários do meu santo Rosário prometo o meu auxílio em todas as suas necessidades ."
DÉCIMA TERCEIRA PROMESSA
"Para todos os devotos do meu Rosário, eu consegui de meu Filho, a intercessão de toda a corte celeste, na vida e na morte."
DÉCIMA QUARTA PROMESSA
"Todos os que rezam o meu Rosário são meus filhos e irmãos de Jesus, meu unigênito."
DÉCIMA QUINTA PROMESSA
"A devoção ao meu Rosário é grande sinal de predestinação*."
* "Predestinação"(predestinados à salvação)
"
Estão aqui, querido leitor, as promessas do céu. Use e abuse! Elas são destinadas a você. São verdadeiras. "Temos o testemunho de vida de muitos santos que praticaram esta espiritualidade e que, sem dúvida, muito contribuiu para a santidade a que chegaram".
Você também pode ser santo! Depende única e exclusivamente de você. Comece hoje a reza do Rosário, ou, se não dispuser de tempo para tal, reza o Terço. É muito salutar!
Oração a Nossa Senhora do Rosário
Nossa Senhora do Rosário, intercedei em favor de todos os filhos de Deus para que, pela oração do Santo Rosário, meditando os santos mistérios do nascimento, da vida, morte e ressurreição de Jesus, com a recitação das Ave-Marias, possamos como discípulos de teu Filho, proclamar a Boa Nova do Reino do Pai; vencer todos os males e todos os pecados, e chegar um dia, pela paixão e cruz de Cristo, à glória da ressurreição. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.
"O Terço é a minha oração predileta. A todos, exorto, cordialmente, que o rezem".
João Paulo II
Feliz o lar cristão que reza piedosamente o Terço. Nossa Senhora não pode deixar de amar, proteger e abençoar esta família.
Confissão
A Confissão geral.
D. — Padre, uma última pergunta. O quê é a Confissão geral?
M. — Chama-se confissão geral a revisão de todas as culpas cometidas durante a vida, ou em grande parte dela.
D. — E a confissão geral é necessária?
M. — Para muitos pode ser necessária; para outros é somente útil, enquanto que para alguns é nociva.
D. — Em que caso é necessária?
M. — É necessária quando as confissões precedentes foram sacrílegas ou então nulas.
D. — E quando é que as confissões são sacrílegas? e quando são nulas?
M. — As confissões são sacrílegas quando se calaram propositadamente culpas graves, sabendo que tinha obrigação de confessá-las; ou então quando não sentimos a dor necessária ou não fizemos o propósito de evitar o pecado no futuro. São nulas, quando o penitente ignorava essa falta de dor e de propósito.
D. — Então, quais são os que têm necessidade de uma confissão geral?
M. — Tem necessidade absoluta de fazer uma confissão geral, quem, seja por malícia, seja por vergonha, calou ou negou nas confissões precedentes algum pecado mortal ou então alguma circunstância que muda a espécie do pecado; ou não indicou com precisão o número dos pecados mortais que conhecia bem; ou exprimiu suas culpas ao confessor de tal modo que ele não as compreendeu; ou então o enganou com mentiras graves quando respondeu às suas perguntas.
D. — Tenha a bondade de me explicar tudo com exemplos.
M. — Suponhamos que um coitado tenha escondido, desde as primeiras vezes que se confessou certos pecados por vergonha de os expor. Mesmo que, em seguida, tenha manifestado sempre todas as outras culpas, todavia, por não ter corrigido as primeiras confissões más, nenhuma das seguintes é considerada bem feita. Essa pessoa tem portanto absoluta necessidade de repará-las todas com uma confissão geral, na qual deve acusar também todos os sacrilégios cometidos.
Suponhamos que uma outra pessoa tenha cometido certos pecados de más obras, e que, ao acusá-los tenha somente dito que teve maus pensamentos. Essa também se confessou mal e precisa de uma confissão geral.
Suponhamos ainda que outro indivíduo tenha tido não só a infelicidade de pecar sozinho, mas com outra pessoa. Se ele, ao confessar-se, calou propositalmente essa circunstância e não indicou as condições particulares de tal pessoa, fez também uma má confissão e o seu dever é fazer uma confissão geral.
Suponhamos finalmente que alguém tenha o hábito de cometer quatro ou cinco pecados graves por semana ou por mês, e, em lugar de quatro ou cinco diga só dois ou três, ou três ou quatro, sabendo perfeitamente que está mentindo. Ter-se-á sempre confessado mal e nesse caso, deve fazer uma confissão geral.
D. — Misericórdia!
M. — Em segundo lugar, a confissão geral é de estrita necessidade para quem se confessou sem pesar e sem propósito, como ficou dito acima, ou para quem não cumpriu as obrigações impostas pelo confessor ou seja: não evitou a ocasião próxima e voluntária do pecado, ou não deixou certa amizade perniciosa ou não queimou, não se desfez dos maus livros, não cortou certa relação; em suma todos os que se acham em condições análogas. Todos esses, tendo faltado, quem mais, quem menos, às qualidades substanciais da confissão, devem por a consciência em ordem e tranqüilizá-la com uma boa confissão.
D. — Padre, o número desses indivíduos é diminuto ou elevado?
M. — Antes fossem poucos os que pertencem a essas diversas classes! Mas, infelizmente, a experiência quotidiana demonstra que o número deles é muito maior do que parece, mesmo entre pessoas aparentemente boas.
Na biografia de S. Inês da Montepulciano lê-se que uns senhor muito rico, tido como bom cristão, sendo muito devoto da santa e do seu convento, a socorria com freqüentes e generosas esmolas. A santa rezava muito pelo seu benfeitor em troca do seu auxílio. Um dia, estando ela rezando, perdeu os sentidos e, no êxtase, viu no meio do inferno um palácio de fogo e ouviu uma voz que dizia: Inês, Inês, este é o palácio do teu benfeitor e ele virá habitálo quanto antes.
Voltando a si, Inês apreensiva mandou logo pedir ao senhor que fosse ter com ela e lhe contou a visão espantosa que tivera.
O homem empalideceu, e, quase desmaiando, declarou sinceramente que havia trinta anos que não se confessava bem, estando sempre na ocasião próxima de pecado.
A santa aromou-o então a fazer logo uma boa confissão geral.
Ele obedeceu e Inês teve outra visão: viu o mesmo palácio, agora no Paraíso, e a mesma voz declarou-lhe que o seu benfeitor subiria logo para habitá-lo. Pois bem, quem tiver medo de ter o seu palácio ou a sua casa no inferno por causa de confissões mal feitas, já sabe o que fazer para se livrar.
D. — Padre, se alguém tiver deixado de contar alguns pecados nas confissões passadas, ou por ignorância, ou por esquecimento, e vier a conhecê-los ou a se lembrar deles mais tarde, é obrigado a referir todas as confissões passadas numa confissão geral?
M. — Não; quando deixamos de contar os pecados por ignorância ou esquecimento, só temos obrigação de reparar essas omissões parciais. Para sermos obrigados a uma confissão geral é preciso que se trate de sacramentos mal recebidos, de sacrilégios cometidos consciente e propositadamente.
D. — E quando duvidamos se somos ou não obrigados a uma confissão geral, como devemos proceder?
M. — Nos casos de dúvida devemos expor as nossas dificuldades ao confessor e nos conformar ao seu parecer.
D. — Obrigado, Padre; e agora, diga-me: quanto é que a confissão geral é útil?
M. — É útil:
1) Para quem duvida das confissões passadas e tem necessidade de se por em paz.
2) É útil para todos os que nunca a fizeram, porque ela faz brotar em nossos corações maior contrição dos pecados e consolida o propósito firme e eficaz de não mais os cometer.
3) É também bastante útil para os que, chegados a um ponto decisivo de suas vidas, devem escolher ou abraçar um estado do qual depende o seu futuro. Poderão receber do Confessor, que faz às vezes de Deus, melhores esclarecimentos e conselhos, para fazerem sua escolha com mais segurança.
D. — Por exemplo: os noivos nas proximidades do casamento?
M. — Justamente! A confissão geral é também bastante útil para eles, seja para os dispor melhor a bem receber o sacramento que os deve ligar para toda a vida, seja para lhes proporcionar a ocasião de receber os esclarecimentos e os conselhos indispensáveis para bem se governarem em tal estado. O matrimônio é grande Sacramento: ai de quem o receber indignamente! Deus nunca abençoará um matrimônio em que houver pecado.
D. — Quando é Padre, que no matrimônio pode haver pecado?
M. — 1) Quando prolongam demais o tempo do noivado.
2) Quando permitem certas liberdades nas conversas, e no trato.
3) Quando, estando em pecado, deixam de freqüentar a confissão ou se confessam mal.
D. — É então necessário, nessa confissão geral, dizer que estamos para nos casar e pedir conselhos sobre isso?
M. — Sem dúvida. Se não o manifestarem, como pode o Confessor esclarecê-los?
D. — Padre, qual é a época mais propícia para uma confissão geral?
M. — Tratando-se somente de utilidade ou devoção, a época mais propícia é a dos Exercícios Espirituais, e justamente lá pelo fim dos mesmos. Mas, sendo ela necessária para recuperarmos a graça, façamo-la o mais breve possível; não deixes para amanhã o que hoje podes fazer, diz o provérbio.
D. — É bom escrever os pecados para se lembrar deles melhor?
M. — Geralmente, não. Se alguém precisar mesmo recorrer a esse método, que o faça com muita cautela e destrua logo o escrito depois da confissão, de modo que ninguém o possa ler, nem o próprio penitente.
Entre os muitos episódios da vida de S. João Basco destaca-se este:
Um bom rapaz, desejando fazer uma confissão geral com a maior precisão possível, tinha enchido uma caderneta com seus pecados, mas, ninguém sabe como, perdeu o pequeno volume onde anotara os seus pouco gloriosos feitos. Virou e revirou os bolsos, procurou por todos os cantos, mas nada de encontrar o manuscrito. Á vista disso, o pobre rapaz ficou desgostoso e desatou em copioso pranto.
Por sorte, o caderninho tinha ido parar ás mãos de D. Bosco. Este, quando o viu chegar todo choroso conduzido pelos companheiros, recusando-se contar a razão de tanta tristeza, começou a interrogá-lo.
— O que tens meu caro Tiago? Sentes alguma dor? Desgostos? Alguém te bateu? O bom rapaz enxugando as lágrimas, e tomando um pouco de coragem, respondeu:
— Eu perdi os pecados!
A essas palavras os amigos caíram na gargalhada e D. Bosco, que tinha logo compreendido, ajuntou brejeiramente:
— És bem feliz se perdeste os pecados e felicíssimo por não os achares mais, porque, sem pecados, irás certamente para o céu. Mas Tiago, pensando que não tinha sido compreendido, acrescentou:
— Eu perdi o caderno onde os tinha escrito!
Bosco então tirou do bolso os grandes segredos e disse:
— Sossega, meu caro, que os teus pecados caíram em boas mãos: ei-los aqui!
— Vendo isso, o rosto do coitado tornou-se sereno e foi com um sorriso que ele concluiu:
— Se eu soubesse que o senhor os tinha achado, teria rido em lugar de chorar; e hoje, ao chegar para a confissão, eu lhe teria dito:
— Padre, eu me acuso de todos os pecados que o senhor achou e tem no bolso.
D. — Os episódios e as cenas da vida desse grande educador e humilíssimo Santo são sempre muito espirituosos. E finalmente, Padre, para quem é que confissão geral pode ser nociva?
M. — Pode ser nociva principalmente para as almas escrupulosas, cheias de ansiedades e temores vãos; para as que, tendo-a feito outras vezes, não sossegam e querem sempre tornar a repetir o que já foi dito.
Para esses indivíduos, a confissão geral não produz outro efeito senão o de suscitar uma confusão de maiores escrúpulos e ansiedades. Obedeçam eles ao Confessor, e quando ele diz e repete que fiquem sossegados... Que não pensem mais naquilo... Que ele próprio responde a Deus pelo estado de suas almas, para que duvidar?
O Confessor vê e julga melhor do que eles, e podem ficar convencidos de que, obedecendo ao Confessor, estarão obedecendo ao próprio Deus.
D. — Nesse caso, quando o Confessor não permite a confissão geral, deve ser obedecido?
M. — Certamente! Quando ele proíbe a confissão, geral, ele está exercendo os seus plenos direitos e o dever do penitente é obedecer. Só com essa condição chegaremos pouco a pouco a gozar da tranqüilidade tão ardentemente desejada. Querer encontrar paz por outros meios é o mesmo que procurar uvas entre espinhos. Você viu em resumo qual a importância da Confissão geral.
Depois disso, não há de que nos admirarmos se ela foi tão recomendada pelos Santos; como Santo Inácio, São Carlos Borromeu, São Francisco de Sales Santo Tomás de Aquino os mais célebres pela prática e pela doutrina. Tenham pois coragem, não se deixem enganar pelo demônio, e, em caso de necessidade disponham-se a uma boa confissão geral.
E que o pensamento de que, por meio dela, poderemos de certo modo reconquistar a inocência batismal nos sirva de estímulo.
Na história da vida dos Santos Monges do deserto lê-se que um rapaz, grande pecador, chegou ao convento para se tornar religioso. O primeiro ato do Superior foi imporlhe uma confissão geral a ser feita no domingo seguinte na igreja do convento. Para esse fim, o jovem preparou-se e escreveu todos os pecados para poder lembrar-se deles e confessá-los melhor.
Pois bem, à medida que ele lia e confessava as suas culpas, um monge dos mais velhos e santos via um anjo que as cancelava de um catálogo que trazia nas mãos. Por fim, ficou a folha inteiramente branca, para representar a candura que a alma do jovem atingira.
Cesário, bispo de Arles, conta um fato parecido que se deu com um estudante de Paris.
Tinha sido grande pecador mas, querendo a todo o custa converter-se, foi fazer uma confissão geral com um Confessor da ordem Cisterciense.
O rapaz derramava tantas lágrimas que não podia nem falar: à vista disso, o Confessor aconselhou-o a escrever os pecados numa folha de papel. Ele o fez de boa vontade.
Mas, quando o Padre se dispôs a lê-los, se viu diante de casos tão enormes e complicados, que não teve bastante confiança em si para resolvê-los: pediu licença ao penitente e foi consultar o Superior.
Mas, ao abrir a folha para ler, o Abade exclamou:
— O quê é que tenho que ler, se aqui não há nada escrito?
De fato, Deus tinha miraculosamente cancelado daquele papel todos os pecados do rapaz, como já os tinha cancelado da sua alma.
Mas que necessidade temos nós de procurar os exemplos dos Santos, quando o próprio Jesus Cristo nos diz e nos demonstra que a confissão geral torna realmente a dar a inocência batismal?
Além do que contei sobre Margarida de Cortona, no capítulo dos efeitos admiráveis da Confissão, podemos falar ainda de Santa Margarida Alacoque.
Enquanto a Santa estava fazendo os Exercícios Espirituais, Jesus lhe apareceu e lhe disse:
— Margarida, desejo que renoves a confissão geral de toda a tua vida. Faze-o eu trazer-te-ei uma veste alvíssima.
Margarida põe-se à obra para ser agradável a Jesus e, depois de um exame diligente faz a sua confissão geral. Assim que terminou, Jesus apareceu novamente, tendo nas mãos uma túnica muito alva, com a qual a cobriu, dizendo:
— Eis aqui, Margarida, a veste que eu prometi.
Era da inocência batismal que Ele a revestia.
Oh! bendita seja a confissão que produz em nossa alma efeitos tão maravilhosos, que tanto a purifica e a torna novamente bela, como se tivesse acabado de sair das águas do Santo Batismo!
D. — Agradecido, Padre, compreendi perfeitamente; sou-lhe grato pelo que me disse e não o esquecerei.
Quem quer e quem não quer ou seja desculpas e pretextos.
D. — Quanto a mim, estou plenamente convencido de tudo o que foi dito até aqui e das excelentes vantagens da Confissão bem feita e freqüente; mas há também muitos que, ou por não a freqüentarem sempre, ou por não a freqüentarem nunca, arranjam desculpas e pretextos: o senhor quer ter a bondade de me sugerir um modo de combatê-los e convencêlos?
M. — De boa vontade. Exponha as "desculpas e pretextos" de uns e de outros.
D. — "Eu não tenho pecados para confessar", dizem alguns.
M. — Será verdade?... O Espírito Santo diz que até o justo peca sete vezes por dia e São João Evangelista escreve: "Se dissermos que não temos culpas enganaremos a nós próprios e em nós não haverá verdade. Os que dizem que não têm pecados para confessar são pobres cegos que não conhecem a própria miséria e, se não a conhecem, é justamente porque não se confessam com bastante freqüência. As pessoas asseadas não toleram nem as pequeninas manchas. Mas as pouco asseadas não se apoquentam nem com manchas grandes e nem com sujeira.
Um oficial perguntou certa vez a um sacerdote:
— Diga-me uma coisa, Padre: Quem não peca é obrigado a se confessar?... Eu nunca me confesso porque nunca peco.
O sacerdote respondeu de pronto:
— Senhor oficial, eu só conheço duas categorias de pessoas que não pecam: crianças, que ainda não atingiram a idade do uso da razão e... os loucos que, infelizmente, já o perderam.
D. — "Eu não sei o que dizer ao Confessor."
M. — É muito simples. Mesmo quando não tiverem nem roubado, nem morto, nem odiado, nem dado escândalo, etc... e na sua consciência um tanto grosseira não tiverem achado nem mesmo pequenas mentiras, murmurações, maledicências, pensamentos inúteis, afeições, distrações, omissões, negligências e outras muitas coisas parecidas, apresentem-se do mesmo modo ao Confessor e declarem simplesmente que não sabem o que lhe dizer. Podem estar certos de que, com a sua caridade e prudência ele saberá fazer com que descubram o que não foram capazes de achar. Além disso, ele terá sempre muitas coisas para lhes dizer, muitos conselhos para lhes dar e também um pouco de penitência, de modo que, quando o deixarem, estarão melhorados, terão mais fervor, sentir-se-ão satisfeitos e felizes pelo contacto que tiveram com Jesus, cujo ministro é o Confessor.
D. — "Não tenho a tranqüilidade suficiente para isso.
M. — Vocês têm desgostos, preocupações, aborrecimentos? Vão a ele do mesmo modo. O Confessor terá compaixão de vocês, será caridoso, ajuda-los. Deus não exige mais do que lhe podem dar. Os Sacramentos é que são feitos para os homens e não os homens para a grandeza dos Sacramentos. Coragem e boa vontade e, sobretudo confiança no Confessor e em Deus.
D. — "Não tenho tempo e nem facilidade para me confessar freqüentemente".
M. — Outra desculpa que não serve. Querer é poder! Quantas coisas não se fazem, mesmo à custa de sacrifícios, para o bem corporal, para a saúde, para os interesses? Será que para a nossa alma não havemos de querer fazer nada? Tratemo-la ao menos como o pobre cadáver do nosso corpo. Aliás, o tempo gasto com a alma, Deus o recompensa generosamente mesmo aqui na terra.
Um dia um campônio forte e sadio foi confessar-se com um padre jesuíta. A primeira pergunta do confessor foi:
— Há quanto tempo não se confessa?
— Há dez anos!
— E agora está disposto a se confessar bem?
— Estou, Padre!
— Dê-me então dez cruzeiros!
— Como? Dez cruzeiros? Mas eu sempre ouvi dizer que não se paga nada pela confissão.
— Não se paga nada, rebateu o sacerdote, e o Sr. vem se confessar só de dez em dez anos? Compreendeu o campônio a justa repreensão, pediu humildemente perdão e prometeu freqüentar melhor os Sacramentos.
D. — "Eu não tiro proveito algum da confissão; estou sempre do mesmo jeito".
M. — Não são vocês que o devem julgar, mas o Confessor. De mais a mais, essa é uma argumentação às avessas. Se não se confessarem ou se o fizerem raramente, não ficarão sempre do mesmo jeito, mas se tornarão certamente cada vez piores, sem darem por Isso.
D. — "Muitas vezes, eu não tenho coragem para me confessar, porque o Confessor me conhece".
M. — Mas quem é que os obriga a se confessarem com um Confessor que os conhece? Há tantos por aí que nem se quer sabem se vocês existem ou não; procurem um desses e confessem-se com sinceridade e sem medo.
D. — "Mas o que direi ao meu Confessor quando voltar para ele?"
M. — Digam-lhe o mesmo que das outras vezes, sem mencionar os pecados absolvidos pelo outro. O melhor, porém seria escolher um Confessor de plena confiança com o qual poderiam ser absolutamente sinceros.
D. — "E quando não for possível, por não haver outros?"
M. — Se vocês tivessem uma ferida mortal, se por engano tomassem veneno, será que não correriam logo à procura de um médico ou cirurgião qualquer, a custa de qualquer sacrifício, contanto que pudessem salvar-se?
Pois bem, façam o mesmo para tirar logo da alma o veneno do pecado, recorrendo, a contra-gosto se for preciso, ao Confessor de sempre.
D. — "O quê dirá ele de mim?"
M. — Dirá que você também é humano como os demais; admirará a sua coragem, a sua humildade, a sua sinceridade; ficará satisfeito ao pensar que merece toda a sua confiança; o seu afeto e a sua estima por você serão aumentados. De mais a mais, ele que diga o que bem entender, contanto que o seu coração fique em paz!
D. — Outros então — e são os que têm menos vontade — vão repetindo: "Para quê me confessar?"
M. — Porque Deus assim o quer! Porque você tem necessidade disso!... Porque é só mediante a Confissão que obteremos o perdão e a verdadeira paz de espírito!... Porque os pecados são punidos com penas eternas!
Riam-se e neguem à vontade que nunca conseguirão destruir o inferno e a eternidade, Deus e a sua justiça, a alma e a sentença que a espera.
Para quê se confessar? Porque vocês têm necessidade de ouvir palavras de um amigo que lhes diga toda a verdade, sem rodeios nem enganos. Porque longe da Confissão, vocês acabarão tendo uma morte desgraçada e uma eternidade infeliz!
D. — "Eu não creio na Confissão".
M. — Confessem-se, e acreditarão, como acreditaram muitos que antes eram incrédulos como vocês; como acreditaram os homens mais célebres, os mais insignes cientistas, os mais importantes personagens.
Um dia, um senhor apresentou-se ao Santo Cura de Ars para vê-lo e para falar-lhe. As primeiras palavras do visitante o Padre respondeu:
— Ponha-se aqui no confessionário e confesse-se.
— Mas... continuou o visitante, eu não creio em nada.
— Não importa, eu creio pelo senhor; confesse-se.
— Acredite, Padre, que não há nada no mundo mais ridicularizado e detestado do que a confissão.
Desculpas e rodeios foram inúteis: com suave insistência o Santo Cura obrigou-o a ajoelhar-se e o ajudou na confissão. Assim que terminou, o homem se levantou alegre, exclamando:
— Agradecido, Padre; eu creio!... estou plenamente satisfeito! O Sr. não podia causar-me maior benefício!...
D. — "Não sei me confessar".
M. — Nada mais fácil para quem tem boa vontade! Do mesmo modo que confiam ao médico as dores de cabeça ou de estômago, confiem ao Confessor os males da alma. De qualquer maneira, apresentem-se a ele, que os livrará de todo e qualquer embaraço.
D. — "Eu não me confesso, porque, se o fizesse fariam caçoada de mim, me chamariam de beato, de clerical, e de não sei que mais".
M. — Oh, soldado de papelão! Onde está o seu valor? Se o mundo estivesse cheio de beatos e clericais, haveria menos roubos, menos fraudes, menos escândalos, menos cárceres e penitenciárias. Se todos se confessassem haveria mais honestidade, mais decoro, mais segurança individual e coletiva e — digamo-lo francamente — maior bem estar e civilidade! Aliás, se lhes falta mesmo a coragem, quem os obriga a se fazerem ver? Vão quando e onde não sejam vistos.
D. — "Não me confesso, porque não tenho confiança nos padres da minha paróquia".
M. — Seja, mas porque não procuram outros? Muitos o fazem, por ocasião de festas, feiras, mercados e voltam para casa satisfeitos e felizes. Para arrancar um dente vocês são capazes de maiores sacrifícios, procedam do mesmo modo para arrancar os pecados! E se lhes acontecesse uma desgraça? Se adoecessem grave e repentinamente? O quê fariam? Será que haveriam de querer morrer assim, sem Sacramentos, ou, ainda pior, com Sacramentos mal recebidos? Afastem pois esses temores de criança; a salvação da alma antes de tudo!
D. — "Não posso deixar esse pecado".
M. — Então vocês querem ir para o inferno, para toda a eternidade? Querem, em troca de míseras satisfações, continuar a injuriar a Deus e a causar pesar a Jesus?
D. — "Não posso deixar essa pessoa".
M. — Maldita seja essa pessoa que é causa de pecado! Mas será que vocês calculam não deixá-la nem com a morte? Será que pretendem levá-la para além do túmulo, para o juízo, para a eternidade? Não vêm que ela os desonra, os envergonha, os arruína? É preferível dizer de uma vez que não querem! Lembrem-se da história do que cedeu à sua.
D. — "A confissão é uma invenção dos padres".
M. — Ah, é? Vocês falam sério?! Têm mesmo certeza? Pois bem, citem os nomes! Conhecem-se todos os inventores de todas as maiores descobertas, portanto, não seria difícil saber o nome de quem inventou a confissão. Que venha o nome!
Mas vocês se calam. Digam-me, ao menos, o ano, a época, o lugar de tal invenção. Vocês continuam calados: não sabem, nem nunca o saberão, porque não existe. Isso é mentira, grande mentira! E vocês deixam-se enganar por alguns indignos desprezíveis que, por não crerem, negam, desprezam, mentem sabendo que mentem?
D. — "Os que se confessam são piores do que os outros".
M. — Eis a grande objeção! Pois bem eu o reconheço em parte e digo: Alguns o são, mas por se confessarem mal, o que é para eles vergonhoso. Mas absolutamente não é esse o caso da maior parte, digo mesmo da grande maioria. Se Deus tivesse a complacência de descobrir em praça pública o estado real das almas, que enorme diferença notaríamos entre as que se confessam e as que o fazem raramente ou nunca. É o mesmo que duas fazendas idênticas e usadas da mesma maneira, das quais uma é sempre lavada e a outra não.
Naturalmente, se tomarem para exemplo os piores dos que se confessam e os compararem com os melhores dentre os que não se confessam, o resultado os satisfará. Mas comparem os bons com os bons, os maus com os maus e verão que a coisa muda de aspecto.
É preciso considerar o conjunto e não os indivíduos em particular. Sobre cem pessoas que se confessam poderão encontrar duas, talvez dez más; mas sobre cem que não se confessam encontrarão mais de noventa, justamente porque não freqüentam a confissão.
Gallerani, escreve:
"Se deitamos um olhar sobre os países e as cidades, veremos com nossos próprios olhos os ladrões, os sicários, os assassinos, as mulheres infiéis, as libertinas, as que se vendem, e enfim toda essa imundície que enche e infeta os cárceres e as penitenciárias, sai de lugares bem diferentes das fileiras dos que se confessam".
São estas as palavras de um contemporâneo ilustre:
"Filhos, injuriai a confissão, se quiserdes, mas lembrai-vos de que foi ela que fez com que vossas mães amassem as aflições que a vossa infância lhes custou. Injuriai a confissão, ó maridos; mas lembrai-vos de que é ela que mantém vossas mulheres firmes e imaculadas durante a vossa ausência. Injuriá-la, ó pobres, mas é ela que faz descer sobre vós, com maior delicadeza e abundância, a caridade do rico. Injuriai-a, á ricos, mas é ela que, melhor do que todas as leis humanas, garante e salva os vossos bens e os vossos direitos sempre tão ameaçados".
Reflitam também sobre três fatos gerais que todos percebem facilmente:
1) É verdade ou não que todos os que se confessam dão mostras de que têm intenção de se conservar no caminho dos bons costumes e, mesmo quando já caíram dão a perceber que tencionam ressurgir?
2) É ou não verdade que, aquele que se quer deixar levar à mercê do vício abstêm-se logo da confissão e vai engrossar as fileiras dos que já não se confessam mais?
3) É ou não verdade que, todo o indivíduo que quer voltar para o bom caminho começa por recorrer ao ministério do Sacerdote, à Confissão?
"Pois bem, se isso é verdade; exclama o supra citado Padre Gallerani, temos o direito de concluir que na cidade de Deus, onde se pratica a confissão, há bem mais virtude do que na cidade do mundo onde não se freqüentam os Sacramentos. Pelo contrário, na cidade do mundo, onde não se pratica a confissão, há uma soma de vícios muito mais alta do que na cidade de Deus, onde é praticada".
Oh! como é fácil compreender que todas essas dificuldades sobre a confissão partem do coração e da paixão, e não da razão. Afastem os vícios do coração, façam calar as paixões e amanhã mesmo confessar-se-ão com os outros aos pés do Sacerdote.
D. — Muito bem Padre: guardarei todas essas belas respostas e, de agora em diante, todas as vezes que eu ouvir despropósitos e horrores sobre a confissão, saberei servir-me delas e responder pelas rimas.
M. — Quanto a você, tenha sempre gravadas na memória estas palavras de São Paulo: "Mesmo que um Anjo baixasse do Paraíso para dizer coisas contrárias ao Evangelho, e, portanto, contrárias à confissão, não creias nem no Anjo". Assim, você será sempre um bom cristão — e é o que lhe desejo de todo o coração — porque a confissão é vida e luz.
Um professor convertido há pouco, encontra casualmente um sacerdote; olha-o atentamente, e depois, cumprimentando-o gentilmente, exclama:
— O senhor é o meu confessor!...
— Mas... eu não tenho certeza, responde o sacerdote um tanto incerto.
— Sim, o senhor é o meu confessor, eu, o estou reconhecendo. Devo-lhe a minha felicidade, porque a confissão é vida e luz! Quem não se confessa não podo ser crente nem se pode gabar de ter fé.
Diante dessa cena comovente, um advogado que havia muitos anos não comungava pela Páscoa, comovido até o fundo da alma, decidiu experimentar também, e acabou persuadindo os seus amigos a seguirem o seu exemplo, para que se convencessem também de que a confissão é vida e luz.
Oração pelo próprio confessor
Deus, pois que, com a vossa solicitude paterna, me destes para guardião e guia um vosso tão digno Ministro, concedei-me ainda a graça de por em prática os seus sábios ensinamentos, afim de que eu consiga conquistar todas as virtudes, que, para a Vossa glória e para a minha salvação devem resplandecer em mim.
Peço-Vos para ele, ó Senhor, a mais ardente caridade, o zelo mais iluminado, a santidade mais sublime e a consolação inefável de conduzir para o Vosso amorosíssimo Coração um imenso exército de almas que Vos bendigam, Vos amem, e que formem para sempre no Paraíso a sua gloriosa coroa. Assim seja.
Fonte: Edições Paulinas.
D. — Padre, uma última pergunta. O quê é a Confissão geral?
M. — Chama-se confissão geral a revisão de todas as culpas cometidas durante a vida, ou em grande parte dela.
D. — E a confissão geral é necessária?
M. — Para muitos pode ser necessária; para outros é somente útil, enquanto que para alguns é nociva.
D. — Em que caso é necessária?
M. — É necessária quando as confissões precedentes foram sacrílegas ou então nulas.
D. — E quando é que as confissões são sacrílegas? e quando são nulas?
M. — As confissões são sacrílegas quando se calaram propositadamente culpas graves, sabendo que tinha obrigação de confessá-las; ou então quando não sentimos a dor necessária ou não fizemos o propósito de evitar o pecado no futuro. São nulas, quando o penitente ignorava essa falta de dor e de propósito.
D. — Então, quais são os que têm necessidade de uma confissão geral?
M. — Tem necessidade absoluta de fazer uma confissão geral, quem, seja por malícia, seja por vergonha, calou ou negou nas confissões precedentes algum pecado mortal ou então alguma circunstância que muda a espécie do pecado; ou não indicou com precisão o número dos pecados mortais que conhecia bem; ou exprimiu suas culpas ao confessor de tal modo que ele não as compreendeu; ou então o enganou com mentiras graves quando respondeu às suas perguntas.
D. — Tenha a bondade de me explicar tudo com exemplos.
M. — Suponhamos que um coitado tenha escondido, desde as primeiras vezes que se confessou certos pecados por vergonha de os expor. Mesmo que, em seguida, tenha manifestado sempre todas as outras culpas, todavia, por não ter corrigido as primeiras confissões más, nenhuma das seguintes é considerada bem feita. Essa pessoa tem portanto absoluta necessidade de repará-las todas com uma confissão geral, na qual deve acusar também todos os sacrilégios cometidos.
Suponhamos que uma outra pessoa tenha cometido certos pecados de más obras, e que, ao acusá-los tenha somente dito que teve maus pensamentos. Essa também se confessou mal e precisa de uma confissão geral.
Suponhamos ainda que outro indivíduo tenha tido não só a infelicidade de pecar sozinho, mas com outra pessoa. Se ele, ao confessar-se, calou propositalmente essa circunstância e não indicou as condições particulares de tal pessoa, fez também uma má confissão e o seu dever é fazer uma confissão geral.
Suponhamos finalmente que alguém tenha o hábito de cometer quatro ou cinco pecados graves por semana ou por mês, e, em lugar de quatro ou cinco diga só dois ou três, ou três ou quatro, sabendo perfeitamente que está mentindo. Ter-se-á sempre confessado mal e nesse caso, deve fazer uma confissão geral.
D. — Misericórdia!
M. — Em segundo lugar, a confissão geral é de estrita necessidade para quem se confessou sem pesar e sem propósito, como ficou dito acima, ou para quem não cumpriu as obrigações impostas pelo confessor ou seja: não evitou a ocasião próxima e voluntária do pecado, ou não deixou certa amizade perniciosa ou não queimou, não se desfez dos maus livros, não cortou certa relação; em suma todos os que se acham em condições análogas. Todos esses, tendo faltado, quem mais, quem menos, às qualidades substanciais da confissão, devem por a consciência em ordem e tranqüilizá-la com uma boa confissão.
D. — Padre, o número desses indivíduos é diminuto ou elevado?
M. — Antes fossem poucos os que pertencem a essas diversas classes! Mas, infelizmente, a experiência quotidiana demonstra que o número deles é muito maior do que parece, mesmo entre pessoas aparentemente boas.
Na biografia de S. Inês da Montepulciano lê-se que uns senhor muito rico, tido como bom cristão, sendo muito devoto da santa e do seu convento, a socorria com freqüentes e generosas esmolas. A santa rezava muito pelo seu benfeitor em troca do seu auxílio. Um dia, estando ela rezando, perdeu os sentidos e, no êxtase, viu no meio do inferno um palácio de fogo e ouviu uma voz que dizia: Inês, Inês, este é o palácio do teu benfeitor e ele virá habitálo quanto antes.
Voltando a si, Inês apreensiva mandou logo pedir ao senhor que fosse ter com ela e lhe contou a visão espantosa que tivera.
O homem empalideceu, e, quase desmaiando, declarou sinceramente que havia trinta anos que não se confessava bem, estando sempre na ocasião próxima de pecado.
A santa aromou-o então a fazer logo uma boa confissão geral.
Ele obedeceu e Inês teve outra visão: viu o mesmo palácio, agora no Paraíso, e a mesma voz declarou-lhe que o seu benfeitor subiria logo para habitá-lo. Pois bem, quem tiver medo de ter o seu palácio ou a sua casa no inferno por causa de confissões mal feitas, já sabe o que fazer para se livrar.
D. — Padre, se alguém tiver deixado de contar alguns pecados nas confissões passadas, ou por ignorância, ou por esquecimento, e vier a conhecê-los ou a se lembrar deles mais tarde, é obrigado a referir todas as confissões passadas numa confissão geral?
M. — Não; quando deixamos de contar os pecados por ignorância ou esquecimento, só temos obrigação de reparar essas omissões parciais. Para sermos obrigados a uma confissão geral é preciso que se trate de sacramentos mal recebidos, de sacrilégios cometidos consciente e propositadamente.
D. — E quando duvidamos se somos ou não obrigados a uma confissão geral, como devemos proceder?
M. — Nos casos de dúvida devemos expor as nossas dificuldades ao confessor e nos conformar ao seu parecer.
D. — Obrigado, Padre; e agora, diga-me: quanto é que a confissão geral é útil?
M. — É útil:
1) Para quem duvida das confissões passadas e tem necessidade de se por em paz.
2) É útil para todos os que nunca a fizeram, porque ela faz brotar em nossos corações maior contrição dos pecados e consolida o propósito firme e eficaz de não mais os cometer.
3) É também bastante útil para os que, chegados a um ponto decisivo de suas vidas, devem escolher ou abraçar um estado do qual depende o seu futuro. Poderão receber do Confessor, que faz às vezes de Deus, melhores esclarecimentos e conselhos, para fazerem sua escolha com mais segurança.
D. — Por exemplo: os noivos nas proximidades do casamento?
M. — Justamente! A confissão geral é também bastante útil para eles, seja para os dispor melhor a bem receber o sacramento que os deve ligar para toda a vida, seja para lhes proporcionar a ocasião de receber os esclarecimentos e os conselhos indispensáveis para bem se governarem em tal estado. O matrimônio é grande Sacramento: ai de quem o receber indignamente! Deus nunca abençoará um matrimônio em que houver pecado.
D. — Quando é Padre, que no matrimônio pode haver pecado?
M. — 1) Quando prolongam demais o tempo do noivado.
2) Quando permitem certas liberdades nas conversas, e no trato.
3) Quando, estando em pecado, deixam de freqüentar a confissão ou se confessam mal.
D. — É então necessário, nessa confissão geral, dizer que estamos para nos casar e pedir conselhos sobre isso?
M. — Sem dúvida. Se não o manifestarem, como pode o Confessor esclarecê-los?
D. — Padre, qual é a época mais propícia para uma confissão geral?
M. — Tratando-se somente de utilidade ou devoção, a época mais propícia é a dos Exercícios Espirituais, e justamente lá pelo fim dos mesmos. Mas, sendo ela necessária para recuperarmos a graça, façamo-la o mais breve possível; não deixes para amanhã o que hoje podes fazer, diz o provérbio.
D. — É bom escrever os pecados para se lembrar deles melhor?
M. — Geralmente, não. Se alguém precisar mesmo recorrer a esse método, que o faça com muita cautela e destrua logo o escrito depois da confissão, de modo que ninguém o possa ler, nem o próprio penitente.
Entre os muitos episódios da vida de S. João Basco destaca-se este:
Um bom rapaz, desejando fazer uma confissão geral com a maior precisão possível, tinha enchido uma caderneta com seus pecados, mas, ninguém sabe como, perdeu o pequeno volume onde anotara os seus pouco gloriosos feitos. Virou e revirou os bolsos, procurou por todos os cantos, mas nada de encontrar o manuscrito. Á vista disso, o pobre rapaz ficou desgostoso e desatou em copioso pranto.
Por sorte, o caderninho tinha ido parar ás mãos de D. Bosco. Este, quando o viu chegar todo choroso conduzido pelos companheiros, recusando-se contar a razão de tanta tristeza, começou a interrogá-lo.
— O que tens meu caro Tiago? Sentes alguma dor? Desgostos? Alguém te bateu? O bom rapaz enxugando as lágrimas, e tomando um pouco de coragem, respondeu:
— Eu perdi os pecados!
A essas palavras os amigos caíram na gargalhada e D. Bosco, que tinha logo compreendido, ajuntou brejeiramente:
— És bem feliz se perdeste os pecados e felicíssimo por não os achares mais, porque, sem pecados, irás certamente para o céu. Mas Tiago, pensando que não tinha sido compreendido, acrescentou:
— Eu perdi o caderno onde os tinha escrito!
Bosco então tirou do bolso os grandes segredos e disse:
— Sossega, meu caro, que os teus pecados caíram em boas mãos: ei-los aqui!
— Vendo isso, o rosto do coitado tornou-se sereno e foi com um sorriso que ele concluiu:
— Se eu soubesse que o senhor os tinha achado, teria rido em lugar de chorar; e hoje, ao chegar para a confissão, eu lhe teria dito:
— Padre, eu me acuso de todos os pecados que o senhor achou e tem no bolso.
D. — Os episódios e as cenas da vida desse grande educador e humilíssimo Santo são sempre muito espirituosos. E finalmente, Padre, para quem é que confissão geral pode ser nociva?
M. — Pode ser nociva principalmente para as almas escrupulosas, cheias de ansiedades e temores vãos; para as que, tendo-a feito outras vezes, não sossegam e querem sempre tornar a repetir o que já foi dito.
Para esses indivíduos, a confissão geral não produz outro efeito senão o de suscitar uma confusão de maiores escrúpulos e ansiedades. Obedeçam eles ao Confessor, e quando ele diz e repete que fiquem sossegados... Que não pensem mais naquilo... Que ele próprio responde a Deus pelo estado de suas almas, para que duvidar?
O Confessor vê e julga melhor do que eles, e podem ficar convencidos de que, obedecendo ao Confessor, estarão obedecendo ao próprio Deus.
D. — Nesse caso, quando o Confessor não permite a confissão geral, deve ser obedecido?
M. — Certamente! Quando ele proíbe a confissão, geral, ele está exercendo os seus plenos direitos e o dever do penitente é obedecer. Só com essa condição chegaremos pouco a pouco a gozar da tranqüilidade tão ardentemente desejada. Querer encontrar paz por outros meios é o mesmo que procurar uvas entre espinhos. Você viu em resumo qual a importância da Confissão geral.
Depois disso, não há de que nos admirarmos se ela foi tão recomendada pelos Santos; como Santo Inácio, São Carlos Borromeu, São Francisco de Sales Santo Tomás de Aquino os mais célebres pela prática e pela doutrina. Tenham pois coragem, não se deixem enganar pelo demônio, e, em caso de necessidade disponham-se a uma boa confissão geral.
E que o pensamento de que, por meio dela, poderemos de certo modo reconquistar a inocência batismal nos sirva de estímulo.
Na história da vida dos Santos Monges do deserto lê-se que um rapaz, grande pecador, chegou ao convento para se tornar religioso. O primeiro ato do Superior foi imporlhe uma confissão geral a ser feita no domingo seguinte na igreja do convento. Para esse fim, o jovem preparou-se e escreveu todos os pecados para poder lembrar-se deles e confessá-los melhor.
Pois bem, à medida que ele lia e confessava as suas culpas, um monge dos mais velhos e santos via um anjo que as cancelava de um catálogo que trazia nas mãos. Por fim, ficou a folha inteiramente branca, para representar a candura que a alma do jovem atingira.
Cesário, bispo de Arles, conta um fato parecido que se deu com um estudante de Paris.
Tinha sido grande pecador mas, querendo a todo o custa converter-se, foi fazer uma confissão geral com um Confessor da ordem Cisterciense.
O rapaz derramava tantas lágrimas que não podia nem falar: à vista disso, o Confessor aconselhou-o a escrever os pecados numa folha de papel. Ele o fez de boa vontade.
Mas, quando o Padre se dispôs a lê-los, se viu diante de casos tão enormes e complicados, que não teve bastante confiança em si para resolvê-los: pediu licença ao penitente e foi consultar o Superior.
Mas, ao abrir a folha para ler, o Abade exclamou:
— O quê é que tenho que ler, se aqui não há nada escrito?
De fato, Deus tinha miraculosamente cancelado daquele papel todos os pecados do rapaz, como já os tinha cancelado da sua alma.
Mas que necessidade temos nós de procurar os exemplos dos Santos, quando o próprio Jesus Cristo nos diz e nos demonstra que a confissão geral torna realmente a dar a inocência batismal?
Além do que contei sobre Margarida de Cortona, no capítulo dos efeitos admiráveis da Confissão, podemos falar ainda de Santa Margarida Alacoque.
Enquanto a Santa estava fazendo os Exercícios Espirituais, Jesus lhe apareceu e lhe disse:
— Margarida, desejo que renoves a confissão geral de toda a tua vida. Faze-o eu trazer-te-ei uma veste alvíssima.
Margarida põe-se à obra para ser agradável a Jesus e, depois de um exame diligente faz a sua confissão geral. Assim que terminou, Jesus apareceu novamente, tendo nas mãos uma túnica muito alva, com a qual a cobriu, dizendo:
— Eis aqui, Margarida, a veste que eu prometi.
Era da inocência batismal que Ele a revestia.
Oh! bendita seja a confissão que produz em nossa alma efeitos tão maravilhosos, que tanto a purifica e a torna novamente bela, como se tivesse acabado de sair das águas do Santo Batismo!
D. — Agradecido, Padre, compreendi perfeitamente; sou-lhe grato pelo que me disse e não o esquecerei.
Quem quer e quem não quer ou seja desculpas e pretextos.
D. — Quanto a mim, estou plenamente convencido de tudo o que foi dito até aqui e das excelentes vantagens da Confissão bem feita e freqüente; mas há também muitos que, ou por não a freqüentarem sempre, ou por não a freqüentarem nunca, arranjam desculpas e pretextos: o senhor quer ter a bondade de me sugerir um modo de combatê-los e convencêlos?
M. — De boa vontade. Exponha as "desculpas e pretextos" de uns e de outros.
D. — "Eu não tenho pecados para confessar", dizem alguns.
M. — Será verdade?... O Espírito Santo diz que até o justo peca sete vezes por dia e São João Evangelista escreve: "Se dissermos que não temos culpas enganaremos a nós próprios e em nós não haverá verdade. Os que dizem que não têm pecados para confessar são pobres cegos que não conhecem a própria miséria e, se não a conhecem, é justamente porque não se confessam com bastante freqüência. As pessoas asseadas não toleram nem as pequeninas manchas. Mas as pouco asseadas não se apoquentam nem com manchas grandes e nem com sujeira.
Um oficial perguntou certa vez a um sacerdote:
— Diga-me uma coisa, Padre: Quem não peca é obrigado a se confessar?... Eu nunca me confesso porque nunca peco.
O sacerdote respondeu de pronto:
— Senhor oficial, eu só conheço duas categorias de pessoas que não pecam: crianças, que ainda não atingiram a idade do uso da razão e... os loucos que, infelizmente, já o perderam.
D. — "Eu não sei o que dizer ao Confessor."
M. — É muito simples. Mesmo quando não tiverem nem roubado, nem morto, nem odiado, nem dado escândalo, etc... e na sua consciência um tanto grosseira não tiverem achado nem mesmo pequenas mentiras, murmurações, maledicências, pensamentos inúteis, afeições, distrações, omissões, negligências e outras muitas coisas parecidas, apresentem-se do mesmo modo ao Confessor e declarem simplesmente que não sabem o que lhe dizer. Podem estar certos de que, com a sua caridade e prudência ele saberá fazer com que descubram o que não foram capazes de achar. Além disso, ele terá sempre muitas coisas para lhes dizer, muitos conselhos para lhes dar e também um pouco de penitência, de modo que, quando o deixarem, estarão melhorados, terão mais fervor, sentir-se-ão satisfeitos e felizes pelo contacto que tiveram com Jesus, cujo ministro é o Confessor.
D. — "Não tenho a tranqüilidade suficiente para isso.
M. — Vocês têm desgostos, preocupações, aborrecimentos? Vão a ele do mesmo modo. O Confessor terá compaixão de vocês, será caridoso, ajuda-los. Deus não exige mais do que lhe podem dar. Os Sacramentos é que são feitos para os homens e não os homens para a grandeza dos Sacramentos. Coragem e boa vontade e, sobretudo confiança no Confessor e em Deus.
D. — "Não tenho tempo e nem facilidade para me confessar freqüentemente".
M. — Outra desculpa que não serve. Querer é poder! Quantas coisas não se fazem, mesmo à custa de sacrifícios, para o bem corporal, para a saúde, para os interesses? Será que para a nossa alma não havemos de querer fazer nada? Tratemo-la ao menos como o pobre cadáver do nosso corpo. Aliás, o tempo gasto com a alma, Deus o recompensa generosamente mesmo aqui na terra.
Um dia um campônio forte e sadio foi confessar-se com um padre jesuíta. A primeira pergunta do confessor foi:
— Há quanto tempo não se confessa?
— Há dez anos!
— E agora está disposto a se confessar bem?
— Estou, Padre!
— Dê-me então dez cruzeiros!
— Como? Dez cruzeiros? Mas eu sempre ouvi dizer que não se paga nada pela confissão.
— Não se paga nada, rebateu o sacerdote, e o Sr. vem se confessar só de dez em dez anos? Compreendeu o campônio a justa repreensão, pediu humildemente perdão e prometeu freqüentar melhor os Sacramentos.
D. — "Eu não tiro proveito algum da confissão; estou sempre do mesmo jeito".
M. — Não são vocês que o devem julgar, mas o Confessor. De mais a mais, essa é uma argumentação às avessas. Se não se confessarem ou se o fizerem raramente, não ficarão sempre do mesmo jeito, mas se tornarão certamente cada vez piores, sem darem por Isso.
D. — "Muitas vezes, eu não tenho coragem para me confessar, porque o Confessor me conhece".
M. — Mas quem é que os obriga a se confessarem com um Confessor que os conhece? Há tantos por aí que nem se quer sabem se vocês existem ou não; procurem um desses e confessem-se com sinceridade e sem medo.
D. — "Mas o que direi ao meu Confessor quando voltar para ele?"
M. — Digam-lhe o mesmo que das outras vezes, sem mencionar os pecados absolvidos pelo outro. O melhor, porém seria escolher um Confessor de plena confiança com o qual poderiam ser absolutamente sinceros.
D. — "E quando não for possível, por não haver outros?"
M. — Se vocês tivessem uma ferida mortal, se por engano tomassem veneno, será que não correriam logo à procura de um médico ou cirurgião qualquer, a custa de qualquer sacrifício, contanto que pudessem salvar-se?
Pois bem, façam o mesmo para tirar logo da alma o veneno do pecado, recorrendo, a contra-gosto se for preciso, ao Confessor de sempre.
D. — "O quê dirá ele de mim?"
M. — Dirá que você também é humano como os demais; admirará a sua coragem, a sua humildade, a sua sinceridade; ficará satisfeito ao pensar que merece toda a sua confiança; o seu afeto e a sua estima por você serão aumentados. De mais a mais, ele que diga o que bem entender, contanto que o seu coração fique em paz!
D. — Outros então — e são os que têm menos vontade — vão repetindo: "Para quê me confessar?"
M. — Porque Deus assim o quer! Porque você tem necessidade disso!... Porque é só mediante a Confissão que obteremos o perdão e a verdadeira paz de espírito!... Porque os pecados são punidos com penas eternas!
Riam-se e neguem à vontade que nunca conseguirão destruir o inferno e a eternidade, Deus e a sua justiça, a alma e a sentença que a espera.
Para quê se confessar? Porque vocês têm necessidade de ouvir palavras de um amigo que lhes diga toda a verdade, sem rodeios nem enganos. Porque longe da Confissão, vocês acabarão tendo uma morte desgraçada e uma eternidade infeliz!
D. — "Eu não creio na Confissão".
M. — Confessem-se, e acreditarão, como acreditaram muitos que antes eram incrédulos como vocês; como acreditaram os homens mais célebres, os mais insignes cientistas, os mais importantes personagens.
Um dia, um senhor apresentou-se ao Santo Cura de Ars para vê-lo e para falar-lhe. As primeiras palavras do visitante o Padre respondeu:
— Ponha-se aqui no confessionário e confesse-se.
— Mas... continuou o visitante, eu não creio em nada.
— Não importa, eu creio pelo senhor; confesse-se.
— Acredite, Padre, que não há nada no mundo mais ridicularizado e detestado do que a confissão.
Desculpas e rodeios foram inúteis: com suave insistência o Santo Cura obrigou-o a ajoelhar-se e o ajudou na confissão. Assim que terminou, o homem se levantou alegre, exclamando:
— Agradecido, Padre; eu creio!... estou plenamente satisfeito! O Sr. não podia causar-me maior benefício!...
D. — "Não sei me confessar".
M. — Nada mais fácil para quem tem boa vontade! Do mesmo modo que confiam ao médico as dores de cabeça ou de estômago, confiem ao Confessor os males da alma. De qualquer maneira, apresentem-se a ele, que os livrará de todo e qualquer embaraço.
D. — "Eu não me confesso, porque, se o fizesse fariam caçoada de mim, me chamariam de beato, de clerical, e de não sei que mais".
M. — Oh, soldado de papelão! Onde está o seu valor? Se o mundo estivesse cheio de beatos e clericais, haveria menos roubos, menos fraudes, menos escândalos, menos cárceres e penitenciárias. Se todos se confessassem haveria mais honestidade, mais decoro, mais segurança individual e coletiva e — digamo-lo francamente — maior bem estar e civilidade! Aliás, se lhes falta mesmo a coragem, quem os obriga a se fazerem ver? Vão quando e onde não sejam vistos.
D. — "Não me confesso, porque não tenho confiança nos padres da minha paróquia".
M. — Seja, mas porque não procuram outros? Muitos o fazem, por ocasião de festas, feiras, mercados e voltam para casa satisfeitos e felizes. Para arrancar um dente vocês são capazes de maiores sacrifícios, procedam do mesmo modo para arrancar os pecados! E se lhes acontecesse uma desgraça? Se adoecessem grave e repentinamente? O quê fariam? Será que haveriam de querer morrer assim, sem Sacramentos, ou, ainda pior, com Sacramentos mal recebidos? Afastem pois esses temores de criança; a salvação da alma antes de tudo!
D. — "Não posso deixar esse pecado".
M. — Então vocês querem ir para o inferno, para toda a eternidade? Querem, em troca de míseras satisfações, continuar a injuriar a Deus e a causar pesar a Jesus?
D. — "Não posso deixar essa pessoa".
M. — Maldita seja essa pessoa que é causa de pecado! Mas será que vocês calculam não deixá-la nem com a morte? Será que pretendem levá-la para além do túmulo, para o juízo, para a eternidade? Não vêm que ela os desonra, os envergonha, os arruína? É preferível dizer de uma vez que não querem! Lembrem-se da história do que cedeu à sua.
D. — "A confissão é uma invenção dos padres".
M. — Ah, é? Vocês falam sério?! Têm mesmo certeza? Pois bem, citem os nomes! Conhecem-se todos os inventores de todas as maiores descobertas, portanto, não seria difícil saber o nome de quem inventou a confissão. Que venha o nome!
Mas vocês se calam. Digam-me, ao menos, o ano, a época, o lugar de tal invenção. Vocês continuam calados: não sabem, nem nunca o saberão, porque não existe. Isso é mentira, grande mentira! E vocês deixam-se enganar por alguns indignos desprezíveis que, por não crerem, negam, desprezam, mentem sabendo que mentem?
D. — "Os que se confessam são piores do que os outros".
M. — Eis a grande objeção! Pois bem eu o reconheço em parte e digo: Alguns o são, mas por se confessarem mal, o que é para eles vergonhoso. Mas absolutamente não é esse o caso da maior parte, digo mesmo da grande maioria. Se Deus tivesse a complacência de descobrir em praça pública o estado real das almas, que enorme diferença notaríamos entre as que se confessam e as que o fazem raramente ou nunca. É o mesmo que duas fazendas idênticas e usadas da mesma maneira, das quais uma é sempre lavada e a outra não.
Naturalmente, se tomarem para exemplo os piores dos que se confessam e os compararem com os melhores dentre os que não se confessam, o resultado os satisfará. Mas comparem os bons com os bons, os maus com os maus e verão que a coisa muda de aspecto.
É preciso considerar o conjunto e não os indivíduos em particular. Sobre cem pessoas que se confessam poderão encontrar duas, talvez dez más; mas sobre cem que não se confessam encontrarão mais de noventa, justamente porque não freqüentam a confissão.
Gallerani, escreve:
"Se deitamos um olhar sobre os países e as cidades, veremos com nossos próprios olhos os ladrões, os sicários, os assassinos, as mulheres infiéis, as libertinas, as que se vendem, e enfim toda essa imundície que enche e infeta os cárceres e as penitenciárias, sai de lugares bem diferentes das fileiras dos que se confessam".
São estas as palavras de um contemporâneo ilustre:
"Filhos, injuriai a confissão, se quiserdes, mas lembrai-vos de que foi ela que fez com que vossas mães amassem as aflições que a vossa infância lhes custou. Injuriai a confissão, ó maridos; mas lembrai-vos de que é ela que mantém vossas mulheres firmes e imaculadas durante a vossa ausência. Injuriá-la, ó pobres, mas é ela que faz descer sobre vós, com maior delicadeza e abundância, a caridade do rico. Injuriai-a, á ricos, mas é ela que, melhor do que todas as leis humanas, garante e salva os vossos bens e os vossos direitos sempre tão ameaçados".
Reflitam também sobre três fatos gerais que todos percebem facilmente:
1) É verdade ou não que todos os que se confessam dão mostras de que têm intenção de se conservar no caminho dos bons costumes e, mesmo quando já caíram dão a perceber que tencionam ressurgir?
2) É ou não verdade que, aquele que se quer deixar levar à mercê do vício abstêm-se logo da confissão e vai engrossar as fileiras dos que já não se confessam mais?
3) É ou não verdade que, todo o indivíduo que quer voltar para o bom caminho começa por recorrer ao ministério do Sacerdote, à Confissão?
"Pois bem, se isso é verdade; exclama o supra citado Padre Gallerani, temos o direito de concluir que na cidade de Deus, onde se pratica a confissão, há bem mais virtude do que na cidade do mundo onde não se freqüentam os Sacramentos. Pelo contrário, na cidade do mundo, onde não se pratica a confissão, há uma soma de vícios muito mais alta do que na cidade de Deus, onde é praticada".
Oh! como é fácil compreender que todas essas dificuldades sobre a confissão partem do coração e da paixão, e não da razão. Afastem os vícios do coração, façam calar as paixões e amanhã mesmo confessar-se-ão com os outros aos pés do Sacerdote.
D. — Muito bem Padre: guardarei todas essas belas respostas e, de agora em diante, todas as vezes que eu ouvir despropósitos e horrores sobre a confissão, saberei servir-me delas e responder pelas rimas.
M. — Quanto a você, tenha sempre gravadas na memória estas palavras de São Paulo: "Mesmo que um Anjo baixasse do Paraíso para dizer coisas contrárias ao Evangelho, e, portanto, contrárias à confissão, não creias nem no Anjo". Assim, você será sempre um bom cristão — e é o que lhe desejo de todo o coração — porque a confissão é vida e luz.
Um professor convertido há pouco, encontra casualmente um sacerdote; olha-o atentamente, e depois, cumprimentando-o gentilmente, exclama:
— O senhor é o meu confessor!...
— Mas... eu não tenho certeza, responde o sacerdote um tanto incerto.
— Sim, o senhor é o meu confessor, eu, o estou reconhecendo. Devo-lhe a minha felicidade, porque a confissão é vida e luz! Quem não se confessa não podo ser crente nem se pode gabar de ter fé.
Diante dessa cena comovente, um advogado que havia muitos anos não comungava pela Páscoa, comovido até o fundo da alma, decidiu experimentar também, e acabou persuadindo os seus amigos a seguirem o seu exemplo, para que se convencessem também de que a confissão é vida e luz.
Oração pelo próprio confessor
Deus, pois que, com a vossa solicitude paterna, me destes para guardião e guia um vosso tão digno Ministro, concedei-me ainda a graça de por em prática os seus sábios ensinamentos, afim de que eu consiga conquistar todas as virtudes, que, para a Vossa glória e para a minha salvação devem resplandecer em mim.
Peço-Vos para ele, ó Senhor, a mais ardente caridade, o zelo mais iluminado, a santidade mais sublime e a consolação inefável de conduzir para o Vosso amorosíssimo Coração um imenso exército de almas que Vos bendigam, Vos amem, e que formem para sempre no Paraíso a sua gloriosa coroa. Assim seja.
Fonte: Edições Paulinas.
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